Enquanto ainda repercute em todo o Brasil o resultado da operação policial considerada a mais letal da história, na última terça-feira (28/10), no Rio de Janeiro, o Ministério Público daquele estado (MPRJ) informou, na denúncia juntada ao processo da Megaoperação Contenção — como ficou chamada e que resultou na morte de mais de 100 pessoas — que a expansão do Comando Vermelho (CV) pela Grande Jacarepaguá resultou em média de um homicídio por dia ao longo de dois anos.

O documento divulgou que foram registradas 684 mortes na área entre 2023 e 2024. Ao todo, o MPRJ informou que denunciou 69 pessoas por associação para o tráfico. Na última terça-feira, 113 pessoas foram presas, e outras 121 foram mortas, incluindo 4 policiais civis e militares.

Avanço do CV

Segundo a peça jurídica, o CV passou a ocupar comunidades antes controladas pela milícia em áreas da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Itanhangá e Vargens, formando o que é descrito como Complexo de Jacarepaguá.

O MP relaciona essa expansão a confrontos armados e ao aumento dos homicídios na região. O relatório apontou, também, que a ofensiva do CV na Zona Oeste do Rio de Janeiro está associada à disputa com grupos paramilitares e descreve a presença de quadros da facção vinculados ao Complexo da Penha na coordenação do avanço.

Operação foi a mais letal

Apesar desse relatório, o caso continua sendo alvo de investigações por parte de órgãos diversos sobre a forma como foi conduzida a operação e por entidades internacionais. A operação foi considerada a mais letal já realizada pela polícia na história do país.

Nesta sexta-feira (31) o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, anunciou que instalará na próxima semana a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, com o objetivo de Inquérito investigar a estruturação, expansão e funcionamento desses grupos, com foco nas milícias e facções.