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As Pedras da Fome do Brasil: um imperativo para políticas públicas estruturantes

12/05/2025 -

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Eduardo Moreira Dias*

Na Europa Central, durante estiagens severas, os rios recuam e revelam as Hungersteine — pedras milenares gravadas com alertas sombrios: “Se me vires, chora”. Estas marcas testemunham períodos de fome, escassez e adversidade.

No Brasil, as “pedras da fome” metafóricas — corrupção, insegurança alimentar e exclusão educacional — emergem não por secas, mas nos ciclos eleitorais, quando os desafios socioeconómicos são amplificados na retórica política, raramente culminando em soluções sustentáveis.

Em 2022, os indicadores socioeconômicos expuseram fragilidades estruturais: insegurança alimentar, fome e exclusão escolar.

Contudo, naquela mesma altura, o Brasil demonstrou capacidade económica significativa: o agronegócio representou 27% do PIB e o superavit primário atingiu 73,1 mil milhões de reais entre janeiro e julho.

Estes resultados sublinham o potencial do país para superar os seus constrangimentos, desde que os interesses nacionais sejam categoricamente priorizados, suprimindo interesses e ideários político-partidários que fragmentam a coesão e comprometem a eficácia das políticas públicas.

A mitigação destas “pedras da fome” exige transcender agendas eleitorais de curto prazo e implementar políticas públicas estruturantes que promovam um desenvolvimento socioeconómico.

O Executivo, o Legislativo e o Judiciário, em articulação com a sociedade civil, devem alinhar esforços em torno de prioridades nacionais — erradicação da pobreza, ampliação do acesso à educação e consolidação da integridade institucional —, eliminando a influência de divisões ideológicas.

A supressão rigorosa de interesses partidários é essencial para assegurar que as políticas públicas sejam orientadas pelo interesse coletivo, sustentadas por uma governação baseada em evidências e ancoradas em métricas de desempenho e responsabilização.





Intervenções estratégicas podem catalisar o potencial do Brasil para acelerar o desenvolvimento socioeconómico e cultural, retirando progressivamente milhões das condições de corrupção, insegurança alimentar e exclusão educacional.

A integração de programas de segurança alimentar com cadeias de abastecimento agrícola regionais pode reduzir a fome, ao mesmo tempo que estimula a produtividade económica local.

Investimentos em infraestruturas críticas, como redes de saneamento e abastecimento de água, através de modelos de financiamento estruturados, podem melhorar os indicadores de saúde pública e potenciar a capacidade produtiva das comunidades.

Além disso, a expansão de sistemas de formação profissional orientados para setores de alto valor acrescentado pode elevar a empregabilidade, promovendo a mobilidade social e reduzindo disparidades.

Estas medidas, suportadas por um planeamento estratégico de longo prazo, transcendem ideologias e geram resultados quantificáveis, reforçando a unidade nacional.




O avanço do Brasil depende da continuidade programática, da responsabilização, da avaliação sistemática de impactos e da exclusão de interferências partidárias na formulação de políticas públicas.

Em 2026, no próximo ciclo eleitoral, as “pedras da fome Hungersteine permanecerão visíveis? Ou o país terá iniciado a sua submersão?

A resposta reside numa governação que coloque os interesses nacionais acima de qualquer agenda ideológica, priorizando a eficiência na alocação de recursos, a monitorização rigorosa de resultados e responsabilização.

Inspirado pelas Hungersteine europeias, o Brasil pode inscrever a sua mensagem: “A nação prosperará quando estas pedras desaparecerem.” Com políticas estruturantes e uma visão unificada, o Brasil pode transformar os seus desafios em alicerces para um futuro de desenvolvimento perene.

*Eduardo Moreira Dias, luso-brasileiro, é especialista em Políticas Públicas, com atuação no Brasil e na Europa. Executivo de Gestão e Desenvolvimento de Negócios



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