Pelo menos 31 pessoas foram mortas e mais de 170 ficaram feridas hoje, quando uma multidão se dirigia para receber alimentos na Faixa de Gaza, informaram autoridades sanitárias e testemunhas, que responsabilizam as forças israelitas pelos disparos. Segundo testemunhas, as forças israelitas dispararam contra a multidão pouco antes do amanhecer, a cerca de um quilômetro de um local de ajuda gerido por uma fundação apoiada por Israel. Os militares israelitas negaram que as suas forças tenham disparado contra civis perto ou dentro do local, na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Este foi o incidente mais mortífero até à data em torno do novo sistema de distribuição de ajuda, que está a funcionar há menos de uma semana.

Comitê Internacional da Cruz Vermelha

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, CICV, afirmou num comunicado que o seu hospital de campanha em Rafah recebeu 179 vítimas, incluindo mulheres e crianças, 21 das quais foram declaradas mortas à chegada, a maioria com ferimentos de bala ou estilhaços. Não ficou claro se algum dos mortos era militante. "Todos os pacientes afirmaram que estavam a tentar chegar a um local de distribuição de ajuda", afirmou o CICV, considerando este o maior número de pessoas "feridas por armas" num único incidente desde que o hospital foi criado há mais de um ano. "A distribuição de ajuda tornou-se uma armadilha mortal", afirmou o chefe da agência das ONU para os refugiados palestinianos, Philippe Lazzarini, em comunicado.