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É Findi - O Ginásio Pernambucano, por Carlos Bezerra Cavalcanti*

07/06/2025 -

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Em virtude do alvará de 4 de junho de 1771, o Tribunal da Mesa Consária estabelecido em Lisboa, criado por Ato Régio de 5 de abril de 1768, para decidir todos os assuntos referentes às escolas primárias existentes, passou as de Pernambuco à sua alçada.

É importante frisar que até o início do século XIX, era privilégio de poucos no Brasil a educação escolar e, mais ainda, a universitária, que se restringia a uma pequena elite de afortunados que tinham acesso aos seminários e, ainda, alguns poucos que freqüentavam, na Europa, o ensino superior.

"Pré-Universidade”

O Seminário de Azeredo Coutinho em Olinda e, posterior-mente, o Ginásio Pernambucano, no Recife, eram os únicos re-dutos de condicionamento às faculdades de outrora e representavam verdadeiros oásis na cultura nordestina, fazendo daquelas cidades, centros cosmopolitas de estudantes e professores. Docentes e discentes se completavam, simbioticamente, no ensinar e no aprender, honrando e dando fama àquelas entidades de ensino, tanto que, a " Casa de Azerêdo Coutinho", foi o verdadeiro fator da multiplicação das idéias iluministas e pensamentos libertários da Revolução Pernambucana de 1817, por isso, com justo motivo, chamada: "Revolução dos Padres". O Ginásio Pernambucano, por sua vez, era uma, "Pré-Universidade”, no dizer de Nilo Pereira, e que se constituiu na pedra fundamental da formação pré-acadêmica, verdadeiro epicentro da intelectualidade estudantil de todo o nordeste brasileiro.

O Ginásio Pernambucano tem outra grande importância para os nossos anais, pois se constitui no mais antigo estabelecimento de ensino público do Brasil, criado em 10 de setembro de 1825, por decreto do Presidente da Província José Carlos Mayrink da Silva Ferrão.

Seu primeiro Diretor foi o religioso Miguel do Sacramento Lopes Gama, posteriormente, jornalista e deputado, o Padre Ca-rapuceiro que foi, também, o autor do plano para o primeiro regulamento da nova instituição, enviado ao então presidente da Província José Carlos Mayrink da Silva Ferrão.

Ao ser criado, como vimos, em primeiro de setembro de mil oitocentos e vinte e cinco, o então Liceu Provincial passou a funcionar, precariamente, nas dependências do Convento Carmelita do Recife. Em março de 1844, o Liceu, mudou-se para um sobrado que pertencera ao industrial Gervasio Pires Ferreira. Segundo Olívio Montenegro, essa mudança marcou o início de uma série de aventuras do Liceu, a primeira delas "ocorreu mesmo nesse prédio da Rua dos Pires que, tendo o ar de palacete, era uma misteriosa ruína, feita pelos cupins. Assim é que, um belo dia, quando todas as classes estavam em aula, o teto da casa começou a estalar, ameaçando vir tudo a baixo. As comunicações oficiais não ocultam que o susto foi grande, e parece que, não somente dos alunos.

Um comentário do Diário, exagerando um pouco em traços de caricatura a cena desse dia, conta que os alunos atiravam-se pelas janelas, correndo até a Soledade.

O pior, depois disso, é que o liceu passou um tempo sem teto, e como os professores vinham com seus ordenados atrasados, pode-se dizer que sem pão, até que se aprontassem, os Torreões da Alfândega, para onde se passou em agosto do ano, ainda, de 1844. Nesse intervalo as aulas eram dadas nas casas dos próprios professores. Houve, pois, aí, uma dispersão do Liceu".

Na Alfândega, ele permaneceu pouco tempo, pois já em fevereiro de 1845, estava se mudando para o 1º andar da casa que tinha sido da Companhia de Operações Engajadas, no bairro do Recife. Aí pouco tempo demorou, transferindo-se, logo em seguida, para o antigo casarão que servira de Colégio aos Jesuítas e que fora, também, Palácio dos Presidentes da Província, no local onde foi construído o Grande Hotel (1939). Pouco tempo depois, foi o liceu, mais uma vez, transladado, desta feita para o Hospital do Paraíso. Um ano se passou e era transferido, novamente, agora para um prédio mais apropriado, na Rua do Hospício, onde, posteriormente, se instalou a Escola de Engenharia. Ali, o liceu permaneceu até ser transferido, definitivamente, para sua sede própria, na Rua da Aurora, em 20 de fevereiro de 1866, onde, ainda hoje, se encontra.


*Carlos Bezerra Cavalcanti, sócio efetivo e benemérito do IAHGP

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