
É Findi - Adeus, Niède Guidon! - Poema, por Eduardo Albuquerque*
07/06/2025 -
Niède Guidon, paulista de Jaú, solitária
A tua vida inteira, fostes mulher visionária
Te dedicastes à Arqueologia e seus desafios
Vivestes, abissalmente, teus sonhos, idiossincrasias:
Persistência, resiliência, ciências, ousadias

O mundo científico acolheu, à revelia, tua inédita teoria:
O Homo sapiens, de barcos navegou, veio da África
Adentrou as Américas, pelo brasileiro nordeste, indicais
Em contraponto, os asiáticos pelo Estreito de Bering, quiçá
Acerca, estimastes, de uns cinquenta mil anos atrás
Eis, resumido, um pouco, o resultado de tua imortal saga

Do meio ambiente, fostes impávida defensora
Acolhestes humildes sertanejos e sertanejas
Instruístes-os na preservação das inscrições ruprestes
Batalhastes pela conservação da rica natureza
Pelo patrimônio histórico envidastes difícil defesa
Os sítios arqueológicos, históricos, culturais
Dos paredões ornados de aquarela ruprestes
Deles fostes defensora primeva, teu ideal
Tenaz, sagaz, a icônica Arqueóloga dos Sertões
Alterastes os rumos dos habitantes dessas regiões
Lutastes pela sua preservação, resiliente Leoa
À revelia de muitos em brigas homéricas
A todos vencestes, mesura a teus méritos

Na Toca do Boqueirão da Pedra Furada
Contrapusestes geofatos versus artefatos...
Teu desejo final, cumprir-se-á agora:
No quintal da moradia que amavas, cativavas
Voltarás ao pó, ali ficarás eternizada, encantada
A te reverenciamos, emérita Nièje Guidon
És, pois, monumento: tua existência, teus dons!
Chora! oh, desconsolada Serra da Capivara!
Chora! tu também, humilde povo desse Sertão desolado!
Chora! de saudades, filha do Sol do Equador!
Chora! chora, meu Piauí, essa ingente dor!
*Eduardo Albuquerque, poeta, cronista, escritor.

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