
Copo de Sangue - Poema, por Romero Falcão*
09/06/2025 -
Requentar crônica pro jornal
falar da sessão nostalgia
ou qualquer tipo de magia
que afugente o noticiário policial
Violência virou essência do viver
almoçando com a TV ligada
no ar o grito da emboscada
copo de sangue, vinho de prazer
Sociedade doente?
quem sou eu pra dizer
Ah! se eu pudesse escrever
com Graciliana agudeza
mas minha pena não fura, nem fere
nem sequer é alfinete de miudeza
Quem sabe lendo a cadela Baleia
eu deixe de ser mais um
e me torne uma bala melhor
que brilhe nessa bruta natureza
atravessando a certeza do lugar comum
*Romero Falcão, cronista, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo
