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STF: pontos do depoimento de Bolsonaro frente a frente com Moraes
10/06/2025 -
O ex-presidente Jair Bolsonaro acabou de depor ao STF na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Frente a frente com Alexandre Moraes, Bolsonaro negou envolvimento em uma trama golpista, minimizou as reuniões com militares, admitiu que pode ter exagerado na retórica, até brincou e convidou Moraes para ser seu vice em 2026. "Declino", diz ministro.

Reuniões com militares para discutir possíveis saídas legais
Bolsonaro negou que tenha havido qualquer plano para um golpe de Estado. Afirmou que, em “nenhum momento”, alguém o ameaçou de prisão e que as Forças Armadas não aceitariam cumprir ordens ilegais. “As Forças Armadas têm missão legal. Missão ilegal não é cumprida. Em nenhum momento alguém me ameaçou de prisão.” O ex-presidente disse que houve reuniões com militares para discutir possíveis saídas dentro da legalidade, após a rejeição de uma petição do PL ao TSE questionando a segurança das urnas. "Era conversa informal para ver se existia alguma hipótese de um dispositivo constitucional para a gente atingir o objetivo que não foi atingido no TSE. Isso foi descartado na segunda reunião.”

"Não tinha clima" para golpe
Bolsonaro afirmou que não havia qualquer viabilidade para um golpe e que o ambiente político era de desmobilização. “Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa.” O ex-presidente voltou a criticar o sistema eletrônico de votação, defendendo modelos adotados em países como Venezuela e Paraguai e afirmando que o sistema brasileiro é “inauditável”. "Nós não podemos esperar que aconteça isso no Brasil para tomar uma providência.”

Desculpas a Alexandre de Moraes e o vazio após as eleições
Questionado sobre insinuações feitas no passado de que ministros estariam recebendo propina durante as eleições, Bolsonaro pediu desculpas a Moraes e disse que se tratava de um “desabafo” sem provas. “Não tem indícios nenhum, senhor ministro. Me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores três.” Bolsonaro ainda relatou que, após perder a eleição, viveu um “vazio” e procurou generais para conversas amigáveis. "Quando você perde uma eleição, é um vazio que o senhor não imagina. Esse vazio muitas vezes era preenchido com visita e conversa amigável entre eu e alguns oficiais generais das Forças Armadas.”