
Psicóloga acusada pelo MPSP de integrar organização criminosa, deu golpe em paciente em estado de vulnerabilidade
18/06/2025 -
Desde 2023, advogados, psicólogos e magistrados de todo o país têm demonstrado em reservado, preocupação com a falta de informações por parte do Conselho de Psicologia de São Paulo e do Judiciário paulista em relação à postura da psicóloga Maria Alice Aurichio Bottura e a adoção de medidas cabíveis quanto à sua conduta.
Maria Alice está envolvida num caso sério de fraude capitaneado pelo filho Luiz Eduardo Auricchio Bottura — mais conhecido como “o maior litigante profissional do país”. O motivo disso é que nenhuma resposta por parte do órgão de classe foi dada até agora, o que preocupa a credibilidade da categoria.
Luiz Eduardo e sua equipe que atuava nos crimes, da qual fazia parte a mãe, fizeram mais de 500 vítimas, por meio de fraudes em ações judiciais, desvio de milhões de reais de terceiros e adoção de práticas para tumultuar os tribunais a fim de evitar possíveis punições.
Ele estava foragido na Itália, foi preso pela Interpol e teve pedido de extradição autorizado por aquele país no início de abril. Tinha a prisão preventiva decretada pela Justiça brasileira desde 2024, por diversas fraudes. Condenado cerca de 300 vezes por litigância de má-fé, aparece como parte em mais de três mil processos.
Uso ilegal da profissão
Dentre um dos crimes mais relevantes aplicados pelo grupo de Luiz Eduardo, está o golpe praticado contra Maria Matuzenetz. Após o falecimento do seu companheiro Plínio Zurdo Martinez, em outubro de 2018, ela comentou com Maria Alice Bottura — que era mãe do fraudador e sua terapeuta há 18 anos — que teria direito a receber mais de R$ 8 milhões como herança de um plano de previdência.
A psicóloga, então, aproveitando-se da fragilidade e boa fé da paciente, indicou o filho alegando que este seria advogado e resolveria todos os seus problemas. Ocorre que Eduardo Bottura não é advogado e desde então, Maria nunca viu esse dinheiro e hoje, para sobreviver, vende potes de mel nas ruas.
O caso foi denunciado ao Conselho de Psicologia de São Paulo que pediu a abertura de uma representação contra a profissional há quase dois anos.
No aguardo há anos
Desde 2023 se aguarda alguma resolução a respeito, por parte do órgão, mas o caso permanece sem respostas.
A situação da mãe do litigante tem irritado profissionais de psicologia e terapeutas, em especial, pelo fato de ela ter se aproveitado de conversas tratadas durante a terapia com a paciente.