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UFSC altera o nome do campus que homenageava colaborador da ditadura

19/06/2025 -

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Em mais um capítulo da luta de entidades ligadas aos direitos humanos e à reparação da memória, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou a mudança do nome do campus da instituição no bairro Trindade, em Florianópolis. A decisão tomada em audiência nesta terça-feira (17/06) aprovou a retirada do nome do professor João David Ferreira Lima, primeiro reitor da UFSC. A alteração se baseia na denúncia de que o ex-reitor teria contribuído com informações aos órgãos de repressão durante a ditadura militar no Brasil. A mudança no nome do campus teve 56 votos favoráveis na sessão.

Debate

A decisão, comemorada também por movimentos de esquerda, foi antecedida por intenso debate que mobilizou a comunidade acadêmica e a sociedade. De um lado, entidades ligadas aos direitos humanos, à reparação histórica e aos movimentos populares e esquerdistas, alegavam que o nome do ex-reitor
"carrega a marca de quem atuou diretamente na perseguição, delação e prisão de estudantes, professores e servidores durante a ditadura militar".

Manifesto

Dezenas de entidades e personalidades alegaram em manifesto que
"documentos oficiais, cartas enviadas ao Serviço Nacional de Informações (SNI), registros do DOPS e dezenas de depoimentos comprovam que Ferreira Lima não apenas colaborou com o regime militar, como fez da UFSC um laboratório para a aplicação da reforma universitária imposta pela ditadura e pelo imperialismo estadunidense. Sua gestão atacou o movimento estudantil, criminalizou militantes, interveio nas eleições do DCE e contribuiu para a lógica de uma universidade excludente, elitista e privatista", conforme foi argumentado.

Contra a mudança

Empresários, partidos da direita (como PL e Novo) e setores conservadores de Florianópolis se organizam, fazeram reuniões com políticos e empresários, distribuíram dossiês em jornais e articularam manobras para tentar impedir o ato. Chegaram, inclusive, a tentar impedir, por meio de um conselheiro, a votação ocorrida na terça-feira.

Carta aberta

Em documento, movimentos e políticos que apoiam a mudança do nome, argumentam:
"É evidente que essa mobilização dos setores mais reacionários da sociedade não é pela “história”, nem pela UFSC. São os mesmos que todos os dias atacam a universidade pública, o movimento estudantil, os direitos sociais e as conquistas do povo. Estão mobilizados não pelo nome do campus, mas porque sabem que esse debate revela exatamente o projeto que eles têm para a universidade: elitista, privatista e submisso aos interesses do capital".

E mais

Consideram que trata-se de "um ato de justiça, de afirmação da memória daqueles que resistiram à ditadura, de defesa da democracia e de construção de uma universidade que esteja, de fato, a serviço do povo e não das elites".

Apoiam a mudança

Assinam carta aberta apoiando a decisão do Conselho Universitário:
-Coletivo Memória Verdade e Justiça -Derlei de Luca - SC
-Comitê Memória Verdade Justiça Reparação e Democracia PE
-Edval Nunes Cajá - Ex preso político e coordenador do Comitê Memória Verdade Justiça reparação e democracia PE
-Centro Cultural Manoel Lisboa (CCML)
-Marcos José de Abreu (Marquito) - Deputado Estadual
-Carla Ayres - vereadora PT Florianópolis
-Bruno Ziliotto - vereador Florianópolis
-Memorial Ocupado dos Direitos Humanos, Belo Horizonte, MG
-Coletivo Negro da Pedagogia UFSC -Maria Firmina dos Reis
-Centro Acadêmico Livre de Pedagogia da UFSC
-Centro Acadêmico Livre de Antropologia da UFSC
-Centro Acadêmico Livre de Jornalismo Adelmo Genro Filho
-Centro Acadêmico Livre de História da UFSC
-Centro Acadêmico de Educação Física da UFSC
-Centro Acadêmico de Biologia da UFSC
-Unidade Popular pelo Socialismo (UP)
-União da Juventude Rebelião (UJR)
-Juventude Comunista Avançando (JCA)
-Polo Comunista Luiz Carlos Prestes (PCLCP)

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