
A Terra é Carvão - Poema, por Romero Falcão*
20/06/2025 -
o beijo, a bofetada, a bomba
tudo se mistura na calda longa
a gente vai se acostumando com os corpos
um, dois, três, cinquenta mil
partiu Gagarin, a Terra é carvão
não, não é só a hábil faca,
a ponto 40, o veneno que mata
também se neutraliza um homem
com grâ-fino espetáculo, artefato
que desce cem metros de estupidez
o poder escolhe quem vive, quem morre
oh! Deus vê se escolhe da próxima vez
um homem que não exploda outro homem
pelo gozo do avanço, ranço da insensatez
um homem de Deus que não seja outro Deus
geometria deserta, escura
ambição do espirito bélico
o robô que nasce feito sol quente
resta a lágrima da rocha que sente
a dureza do frio coração humano que dança
escorrendo o sangue na menina da tela
quem é ela? mais um na contábil matança
*Romero Falcão, cronista, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo
