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Mãe de Che Guevara é vaiada no Recife e homenageada em Caruaru

26/06/2025 -

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Por Tavares Neto*


Em junho de 1961, os estudantes do curso de Direito da Universidade do Recife promoveram uma conferência com a presença de Célia de la Serna, mãe do líder revolucionário Che Guevara. O evento, realizado pelo Diretório Acadêmico, foi marcado por intensas reações da plateia, dividida entre aplausos e vaias. A ocasião contou ainda com a presença do deputado Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas.

O episódio ganhou destaque na imprensa pernambucana e, no dia seguinte, Célia Guevara seguiu viagem até Caruaru, onde foi calorosamente recebida. Na cidade, foi homenageada com discursos em exaltação à figura de seu filho e à Revolução Cubana.

As falas aconteceram em frente à famosa Barraca de Revistas Yuri Gagarin, espaço comandado pelo comerciante Abdias Lé. A barraca era conhecida por vender jornais do Sul do país e literatura de esquerda.

A homenagem contou com um carro de som transmitindo discursos inflamados dos estudantes Arsênio Martins Gomes e do jornalista e radialista Sousa Pepeu.
Após o ato, Célia Guevara participou de um almoço no Restaurante do Belo, ponto de encontro frequente de intelectuais e simpatizantes comunistas de Caruaru. Na ocasião, Abdias Lé presenteou a visitante com bonecos do Mestre Vitalino, que ainda estava vivo naquele período.

A Barraca Yuri Gagarin — nome que homenageava o cosmonauta soviético que, em 12 de abril de 1961, a bordo da cápsula Vostok, tornou-se o primeiro homem a ir ao espaço e declarou: “A Terra é azul” — teve um destino trágico. Em 1963, o local foi incendiado durante a madrugada por membros do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), entidade que combatia o avanço das ideias de esquerda no Brasil.

O episódio gerou pânico na cidade, especialmente porque o jovem poeta Ivanildo Vila Nova, que costumava dormir na barraca, escapou por acaso: naquela noite, havia pernoitado na casa de um amigo.

O jornalista Celso Rodrigues, então na Rádio Cultura do Nordeste, publicou uma crônica contundente: “Mãos criminosas destruíram uma barraca que vendia jornais livres vindos do Sul do país, porque os de Pernambuco faziam oposição ao governo de Miguel Arraes de Alencar.”

*Tavares Neto é jornalista e radialista.

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