
Cinzas do Poder - Poema, por *Romero Falcão
30/06/2025 -
Urânio gira nas centrífugas
Engorda o ódio do crânio
A bomba cresce lentamente
ovo atômico da serpente
Hiroshima, Nagasaki
Nada serviu de lição
Nem a "Rosa com Cirrose" de Vinícius
"A Rosa radioativa, estúpida e inválida"
Nem o cogumelo da grande explosão
Nada Arrefece a fissura na fissão
Enquanto fabrico este poema
Milhares de centrífugas ameaçam a raça humana
Os semideuses já não têm pena
Rasgam tratados, direito internacional
Aquecem infernos em chamas
Decidem quem tem e não tem a bomba
A paz é cego sem bengala
A Europa passa pano na mortalha
Urânio enriquecido, atacado, enfurece, espalha
Vento radioativo, ventre deformado
O inimigo que os deuses não contavam
Cinzas do poder, ordem mundial afundada
Como seria a Guernica de Picasso no século 21?
*Romero Falcão, é um cronista que se arrisca a fazer poema torto, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo.
