
Regime que cace ratos - Por Jarbas Beltrão*
30/06/2025 -
Após o previsível fracasso econômico comunista, a China optou por um capitalismo de Estado
Admiração pela China
Pois é, ouvimos e vimos de um alto figurão de um dos poderes de nossa "(juris)Repúblicae", a sentença que segue: " (...) somos admiradores do regime chinês (...) como dizia Xi Jiping (_sic_) não importa a cor do rato, o que importa é que cace ratos", mais adiante um parceiro reparou discretamente o equívoco, "... Deng Chao Ping". Por coincidência um militar do mais alto escalão das nossas forças armadas, hoje senador da "Repúblicae", traduziu para os brasileiros, a sentença do chefe chinês "não interessa de onde venham os recursos de investimentos, interessa é, que tragam crescimento (?)". A sentença do militar foi publicada numa revista chinesa: "China Hoje", versão portuguesa, de tiragem bimestral, que foi leitura obrigatória, durante algum tempo, deste que digita esta matéria.

Deng Shao Ping
Deng Shao Ping, na era Mao Tse Tung, foi renegado e considerado traidor da classe operária, sendo sentenciado ao degredo durante a Revolução Cultural - escapou de deixar a vida terrena - que Mao usou como ferramenta para excluir da vida política seus opositores, dentro do Estado/Partido, território de exclusividade dos vermelhos ortodoxos, e de constantes contendas nada democráticas, o que Xi Jiping, atual chefão do PCCh, continua fazendo, sem nenhuma cerimônia; claro, é, o método do centralismo democrático da esquerda marxista, praticado por Lenin que esteve pouco tempo no poder Soviético, porém, seu sucessor, Stalin, mandou muitos milhões para os "gulags" e a morte, sob acusação de "traidores da patria socialista", e foi seguido por sucessores.
Explosão Chinesa
Deng Chao Ping, foi recuperado após o desaparecimento do Ditador Mao Tse Tung. No poder Deng, fez a leitura: A China só sairia da miséria e isolamento mundial, se jogasse com as ferramentas da "economia de mercado", as regras econômicas do comunismo era incapaz de tirar a China do atraso, como as experiências históricas já tinham demonstrado, desde o nascente Estado Soviético com Lenin, então o primeiro ditador socialista, ele fez o apelo para a NEP, que trouxe de voltar a economia privada, com empresas e até resgate da bolsa de valores.
O gigante asiático, foi 'atrás dos ratos", abriu-se para o mercado global, permitiu a "invasão" das grandes corporações privadas e o Estado/Partido Chinês, permaneceu constitucionalmente uma "ditadura do proletariado" , mas no tocante a economia acenou para investidores privados, vez que havia e há, presença na China de mão de obra baratissima, e , com os investimentos industriais, a força de trabalho do campo, migrou para as cidades, em busca de oportunidades de emprego e renda,. As empresas beneficiadas, com isenções de obrigações fiscais e trabalhistas aos estrangeiros que desejassem investir por lá. Então, a produção chinesa industrial explodiu com mais de 2,5 milhões de empresas ocidentais mudando-se para o território chinês, atraídas pelos atrativos. A transferência dos capitais ocidentais trouxe muitas alegrias para as elites (superiores, médias e inferiores) do Estado/Partido Chinês que, tornaram-se sócias dos grupos empresariais; em síntese, os diversos escalões da burocracia comunista chinesa, ganhou sobrevida, assistiu de camarote a derrocada do regime burocrático Soviético e da das ditaduras dos países do leste europeu, e, viu uma burguesia estatal/ partidária florescer, desfrutando daquilo, que o comunismo não conseguiria oferecer. Era o "capitalismo compartilhado com grupos de interesses", com produção voltada para o "socialismo de mercado", traduzindo, é o modelo marcado pelo abandono da classe operária enquanto classe revolucionária, a bem da verdade, já tinha acontecido teoricamente lá pelos idos 1930, com o "marxismo cultural" da Escola de Franckfurt, que prega uma revolução na superestrutura - cultura -, mas nesse caso chinês, a burocracia estatal abandonava o Proletariado e entregava, definitamente a construção do socialismo, a tecnoburocracia, que não abandonava de todo a "Ortodoxia clássica do marxismo" mas só teria validade, no tocante as idéias no escopo de uma ditadura política.

Crimes não revelados
O figurão da nossa "juris Repúblicae", que falou muito à vontade da admiração aos chineses, não poderia jamais revelar o que, o regime chinês, produziu ou deixou que permanecesse, além da exploração da mão de obra semi-escrava e das beness para a burocracia burguesa chinesa, foi o que verdadeiramente teve execução pelas elites do comando chinês. Refiro-me, as perseguições aos dissidentes e, aos crimes cometidos contra os mais elementares direitos humanos, só que agora apoiada nas conquistas tecnológicas e científicas tornando o controle da sociedade, algo altamente eficiente.
Uigures
No elenco dos crimes do regime chinês, temos os cometidos contra os "Uigures", são mais de 10 milhões de pessoas de nacionalidades diversas, que professam a religião Islâmica, e praticam costumes de cultura e dos valores de suas origens, vivem no norte da China, estão segregados em campos de trabalhos forçados, sem direito de ir vir, são obrigados ao aprendizado do idioma chinês, aos mesmos não se permite comunicar-se em seus idiomas, e não terem crenças religiosas, muitas vezes submetidos a jornadas desumanas de trabalho, que os obrigam a dormir nos locais do emprego. Seus salários são humilhantes e a desobediência é paga com sentenças à morte, quando então, tem seus órgãos retirados para comercialização internacional. Em suas casas, reside com suas famílias, obrigatoriamente, um membro do PCCh, que tem o "direito" de abusar sexualmente das mulheres, como revela o livro "Fuga do Inferno" de Sautybay e Cavelius.
Falun Gong
Outro grupo vítima do regime chinês é o "Falun Gong", comunidades espiritualistas, proibidas de realizarem suas práticas espirituais, são isoladas, perseguidas e, representam uma fonte de fornecimento de órgãos "saudáveis", - são vegetarianos, se exercitam regularmente, e possuem alimentação saudável - dai seus órgãos quando extraidos, alcançam, grande procura num mercado negro. Portanto, contribuem para "fonte de divisas", ao Estado totalitário chinês, em vista dessa extração forçada de órgãos; enfim, o que faz da China, líder do comércio de órgãos, representando um quantitativo anual superior a 65 mil órgãos traficados. Muitos, dos seguidores, do Falon Gung, se refugiaram nos EUA, e dali fazem suas denúncias, hoje, mantém uma mídia impressa e digital, destacando-se o "Epoch Times" e "NTD". Já representam cem milhões de pessoas na China.
Poluição
Outro crime encoberto do regime do Estado/ Partido Chinês é o que comanda,hoje, um dos processos de poluição do ambiente, mais significativos do Planeta se não o maior, mas a China "cinicamente" levanta a bandeira da defesa do meio ambiente, promove encontros ambientalistas, e cobra do Ocidente uma postura de respeito ao meio ambiente.
Opositores
O desaparecimento de opositores dentro das elites empresariais corporativas, é outro crime do regime, são tratadas com desaparecimentos, ou até o "suicídio"; o Estado/Partido se apropria (desapropria) facilmente os grupos privados. A economia complementar (pequenas e médias) à "grande economia", são obrigadas a terem supervisores do Estado/Partido, dentro de suas dependências, que interferem em ações das empresas e maquiagens contábeis.
Relações internacionais
As práticas do regime, co respeito às relações internacionais, se baseiam em piratarias e roubos de tecnologias e, quanto a países do grupo subdesenvolvido, oferece "emprestimos generosos" financeiros que são acompanhados de Acordos que permitem que a China passe a controlar os países devedores, muitas vezes por até 100 anos, caso de dificuldades dos devedores de cumprirem seus compromissos da dívida contraida, isso acontece principalmente, com países africanos, em perfeita harmonia com as elites nacionais corruptas e facilmente subornadas.
O suborno é poderosa arma do comunismo chinês, que praticamente se estendeu além de controle de nações, já chega às agências globais ligadas à Organizações vinculadas a Organizações globais, estendendo suas garras aos Organismos de saúde, refugiados e tecnologias.
A Ditadura chinesa tem o hábito de nas suas declarações oficiais, proclamar a sua política de aproximação dos povos para um futuro "compartilhado", onde todos os povos estarão abraçados, tendo como base relações de "ganha-ganha" (todos ganham), como costuma dizer.
Síntese
Pois é, o gato tem muita fome e rato não escapa. O gato não é comunista ortodoxo é um capitalista keynesiano dos mais esfomeados.
Tenho dito.
Do meu buncker de Gravatá
*Jarbas Beltrão é Historiador, professor de História da UPE. Mestre em Educação pela UFPB, MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança pela Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) e Faculdade Metropolitana de São Carlos/SP.
**Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto a contestações e ao contraditório.
