
Saúde - Julho amarelo e a importância da conscientização sobre hepatites
04/07/2025 -
Julho Amarelo é uma campanha de conscientização que ganhou relevância nos últimos anos ao chamar a atenção para um problema silencioso e muitas vezes superado: as hepatites virais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 325 milhões de pessoas vivem com hepatites B ou C em todo o mundo, e grande parte delas sequer sabe que está infectada. O dado revela um desafio global de saúde pública, que exige mobilização, informação e acesso facilitado ao diagnóstico e ao tratamento.
O que são hepatites virais
As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes tipos de vírus, cada um com características e formas de transmissão específicas. Elas podem se manifestar de forma aguda ou crônica, e, quando não tratadas, evoluem para complicações graves.
Tipos de hepatites
Os principais tipos são A, B, C, D e E. A hepatite A é transmitida por alimentos e água contaminados, enquanto as hepatites B, C e D se espalham principalmente por contato com sangue contaminado, relações sexuais sem proteção e transmissão vertical (de mãe para filho). A hepatite E também tem transmissão fecal-oral, comum em regiões com saneamento precário.
Sintomas e consequências
Nem sempre os sintomas aparecem de imediato. Muitas pessoas só descobrem a doença quando ela já está em estágio avançado. Quando presentes, os sintomas incluem cansaço, prazer, dor abdominal, urina escura, icterícia (pele e olhos amarelados) e fezes claras. Se não forem tratadas, as hepatites podem levar à cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado.
A importância da conscientização
Ampliar o conhecimento sobre as hepatites virais é o primeiro passo para o enfrentamento da doença. A informação correta ajuda a combater mitos, reduz o preconceito e incentiva as pessoas a buscarem o diagnóstico.
Campanhas e ações de Julho Amarelo
Durante o mês de julho, organizações governamentais e entidades da sociedade civil promovem eventos educativos, testagens em massa, distribuição de preservativos e vacinação contra hepatite B. Essas iniciativas visam tanto a prevenção quanto o acolhimento de quem já convive com a doença.
Testes e diagnóstico precoce
Uma das maiores barreiras à erradicação das hepatites é o baixo nível de testagem. Muitas pessoas não sabem que o SUS oferece testes rápidos e gratuitos em unidades básicas de saúde. Quando feito precocemente, o diagnóstico aumenta significativamente as chances de sucesso do tratamento e evita complicações futuras.
Desafios no tratamento das hepatites
Mesmo com os avanços da medicina, ainda existem programas importantes para o tratamento eficaz das hepatites virais, principalmente em regiões mais afastadas e com menor acesso a serviços especializados.
Acesso ao tratamento
No Brasil, o Ministério da Saúde disponibiliza medicamentos para o tratamento das hepatites B e C por meio do SUS. Porém, muitas vezes o acesso é limitado por falta de informação, burocracia ou dificuldade na realização de exames complementares. A falta de médicos especializados e de centros de referência em algumas regiões também exige uma linha de cuidado.
Estigmas e barreiras sociais
Outro fator que dificulta o tratamento é o estigma. Pessoas com hepatites, principalmente as dos tipos B e C, muitas vezes enfrentam discriminação e desinformação, o que leva ao isolamento e à resistência do acompanhamento médico. Superar essas barreiras que exigem sensibilização da sociedade e capacitação de profissionais da saúde.
A conscientização como ferramenta de combate às hepatites
Promover o conhecimento sobre as hepatites virais é um passo essencial para controlar a doença. Mais do que campanhas pontuais, é preciso integrar a temática ao cotidiano dos serviços de saúde e à formação continuada dos profissionais.
A prevenção
A prevenção passa pela vacinação, pelo uso de preservativos, pelo cuidado na manipulação de materiais cortantes e pela testagem regular. Famílias, escolas, mídias e meios de comunicação têm papel essencial na divulgação de empresas de informações seguras. Quanto maior a visibilidade da campanha Julho Amarelo, maior o alcance das mensagens de prevenção e incentivo ao diagnóstico.
Tecnologia
Com o avanço da tecnologia na saúde, novas ferramentas também são fornecidas para facilitar o acesso ao cuidado. A telerradiologia , por exemplo, permite que exames de imagem sejam interpretados remotamente por especialistas, acelerando diagnósticos e encurtando o caminho entre a suspeita clínica e o início do tratamento. Essa integração entre tecnologia e humanização pode ser determinante na luta contra as hepatites virais.