
É Findi - Finais, poema de Ana Pottes
05/07/2025 -
Enquanto o claro da manhã teimar em surgir
A chuva ensopar a terra vermelha
E o sopro cruel do vento acender a centelha da saudade
Diga de lá meu coração
Por onde andas?
Quais pegadas segues
Marcando tempos e aumentando distâncias?
Qual largura de caminhos
Carregam pra longe meu abraço?
Por aqui faz frio e chove
Torrencialmente...
As ruas, tal renitentes riachos,
Não encontrando lobos vorazes
Se derramam pelas casas
Agora mesmo, horas escureceram dias
Sonos, sonhos, desejos acalantados
A mente não perturba
A alma se aquieta
Protegida, estendo o braço para fora das cobertas
Desligo
Boa noite, moço
Dorme
Descansa.