
É Findi - O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, crônica por Carlos Bezerra Cavalcanti*
05/07/2025 -
Sob a égide republicana e dos princípios iluministas do século XVIII, foi instalada numa das dependências do Convento do Carmo do Recife, em 28 de janeiro de 1862, reverenciando a rendição holandesa ocorrida no dia anterior, do ano de 1654, a Sociedade Arqueológica Pernambucana. Seus fundadores foram cinco importantes figuras do mundo cultural e social do Recife da época:
Joaquim Pires, Machado Portela,
José Soares de Azevedo,
Antonio Witrúvio Bandeira de Vasconcelos,
Salvador de Albuquerque e
Antonio Rangel Bandeira.
O primeiro presidente da entidade foi, justamente, um dos heróis da Revolução Pernambucana de 1817, Monsenhor Muniz Tavares.

A biblioteca do instituto é uma das mais interessantes do país, dispondo de milhares de livros de edições nacionais e internacionais, onde podemos destacar, no setor de obras raras: 'História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil' livro sobre Maurício de Nassau, edição original (1647); pranchas carto-gráficas de Vigingboons (1647) coleção José Hygino, no dizer de José Honório Rodrigues, “ o maior acervo de documentos sobre a história do Brasil holandês, fora da Holanda, desconhecida das pesquisas desenvolvidas por Netschen e Varnhagen que ali trabalharam antes de 1856. E, ainda, documentação da Câmara da Zelândia, 'Braven en papirien uit Brasilie' (treze volumes) e as 'Dagelisjche Notulen' (doze volumes), afora quatro volumes encadernados e quatro maços manuscritos, perfazendo cerca de 13.200 páginas, além do trabalho de José Antonio Gonsalves de Melo que se constitui no maior levantamento de documentação recolhida, já realizada, até hoje, do Brasil, no exterior.

O museu do Instituto foi franqueado ao público já em 1866 e entre suas peças mais importantes encontramos o marco divisório, em pedra lioz, que marcava o limite entre as capitanias de Itamaracá e de Pernambuco, assentado em 1535, quando da chegada de Duarte Coelho ao porto, depois chamado de Pernambuco velho. Outra peça museográfica de grande valor ali encontrada é o prelo em que foram impressos os primeiros exemplares do Diário de Pernambuco; a espada com que o “ Leão Coroado” matou o Brigadeiro Barbosa de Castro, estopim da Revolução de 1817; e um estrado de madeira sobre o qual “ descansou” o cadáver de Joaquim Nunes Machado, líder popular da Revolução Praieira, executado em 2 de fevereiro de 1849.

Destacam -se ainda no museu o grande acervo iconográfico e uma raríssima coleção numismática, onde se encontram grande variedades de medalhas e moedas nacionais e estrangeiras como um ducado holandês, de ouro, cunhado em Pernambuco, em 1645, sendo, portanto, parte do mote das primeiras moedas cunhadas no Brasil.
*Carlos Bezerra Cavalcanti é sócio efetivo e benemérito do IAHGP.

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