De acordo com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão de convocar, ou não, a embaixadora do Brasil nos EUA para prestar esclarecimentos acerca das decisões do presidente Donald Trump, de taxar importações brasileiras, é de total responsabilidade do Itamaraty. Em entrevista, no entanto, Lula disse acreditar ser "importante" que essa medida seja tomada. "Eu acho que era importante chamar a embaixadora para tomar informações, mas é um problema que depende da decisão do Itamaraty e eu acho que o ministro Mauro Vieira saberá cuidar disso", afirmou.
O governo não descarta a possibilidade de convocar de volta a Brasília a embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti, para consultas em resposta às ameaças de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA.

Reciprocidade e carta foi "desaforo"

Lula cogita aplicar a Lei da Reciprocidade: "Depois que se esgotarem as negociações, nós vamos aplicar a Lei da Reciprocidade e aí eu espero que os empresários estejam alinhados com o governo brasileiro. Porque se tiver algum empresário que acha que o governo brasileiro tem que ceder e fazer tudo que o presidente de outro país quer, sinceramente esse cidadão não tem orgulho de ser brasileiro. Essa é a hora da gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo", afirmou.

Lula disse ter sido um "desaforo", Trump ter anunciado as medidas por meio de uma carta publicada em rede social. "Ele não mandou nem uma carta, ele publicou no site dele, uma total falta de respeito que é um comportamento dele com todo mundo e eu não sou obrigado a respeitar esse comportamento desrespeitoso", afirmou.