
É Findi – O Café Lafayette, por Carlos Bezerra Cavalcanti*
12/07/2025 -
Antigo depósito de cigarros da Fábrica Lafayette, o prédio do Café era de estilo remanescente do final do século XIX. Ten-do em vista seu posicionamento, no cruzamento das ruas Pri-meiro de Março com Imperador Pedro II, junto às redações dos principais jornais da época, Jornais Pequeno, do Commercio e Diário de Pernambuco os jornalistas, intelectuais e homens pú-blicos eram seus principais freqüentadores, principalmente nos finais de tarde.
O local era essencialmente masculino, onde seus fregueses decidiam o futuro da cidade como lembrou certa vez o saudoso Capiba, em entrevista ao diário de Pernambuco de 7 de novembro de 1993. “ Além do tradicional café a CASA servia cerveja e outras bebidas. As instalações não chegavam a ser confortáveis, mas eram sóbrias, diz a matéria. “ Os homens se serviam, na maioria das vezes, em pé, observando o movimento dos transeuntes”.
O Café Lafayette era a nossa Confeitaria Colombo compara o Arquiteto Hélvio Pólito, Professor da Universidade Federal de Pernambuco. Não chegava a ser tão bonito, mas nunca dei-xou de ser um dos lugares mais freqüentados da época...”.
Outros “cafés” desse período também não sobreviveram às mudanças impostas pelo tempo com as inovações nos usos e costumes dos bairros centrais do Recife, que perderam seu per-fil misto de residencial e comercial, afastando seus moradores para novos aglomerados urbanos. O Vitória, O Glória, na Rua da Palma, com a Rua Nova, onde João Pessoa foi assassinado ou ainda o Café Chile, na Pracinha do Diário onde também foi ferido mortalmente o deputado Júlio Brasileiro, fato que deu origem ao lamentável acontecimento que ficaria na história como “Hecatombe de Garanhuns.
*Carlos Bezerra Cavalcanti, sócio efetivo e benemérito do IAHGP
