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Presidente do STF escreve carta a Trump: "Em Defesa da Constituição, da Democracia e da Justiça"
14/07/2025 -
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, quebrou o silêncio ontem, 13/07, e se manifestou na carta intitulada "Em Defesa da Constituição, da Democracia e da Justiça" sobre a taxação de 50% ao Brasil promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump. De acordo com Barroso, cabia primeiramente ao Poder Executivo, particularmente à diplomacia brasileira, e não ao Judiciário conduzir as respostas políticas imediatas ao caso, "ainda no calor dos acontecimentos".
"Passada a reação inicial, considero de meu dever, como chefe do Poder Judiciário, proceder à reconstituição serena dos fatos relevantes da história recente do Brasil e, sobretudo, da atuação do STF", explicou.
O magistrado citou o julgamento do plano de golpe que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, ações contra plataformas digitais e ainda relembrou a ditadura para dizer que no país, hoje, "não se persegue ninguém". Em sua opinião, o tarifaço norte-americano é baseado em uma compreensão imprecisa dos fatos. Ao anunciar a taxação, Trump criticou a ação contra Bolsonaro na Corte e disse que havia uma promoção de censura por parte dos ministros brasileiros.

Parte da carta de Barroso: "Em Defesa da Constituição, da Democracia e da Justiça"
"Em 9 de julho último, foram anunciadas sanções que seriam aplicadas ao Brasil, por um tradicional parceiro comercial, fundadas em compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos. Cabia ao Executivo e, particularmente, à Diplomacia – não ao Judiciário – conduzir as respostas políticas imediatas, ainda no calor dos acontecimentos.
Passada a reação inicial, considero de meu dever, como chefe do Poder Judiciário, proceder à reconstituição serena dos fatos relevantes da história recente do Brasil e, sobretudo, da atuação do Supremo Tribunal Federal.
As diferentes visões de mundo nas sociedades abertas e democráticas fazem parte da vida e é bom que seja assim. Mas não dão a ninguém o direito de torcer a verdade ou negar fatos concretos que todos viram e viveram.
A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. A oposição e a alternância no poder são da essência do regime. Porém, a vida ética deve ser vivida com valores, boa-fé e a busca sincera pela verdade. Para que cada um forme a sua própria opinião sobre o que é certo, justo e legítimo, segue uma descrição factual e objetiva da realidade. ..."