imagem noticia

A formiga e o elefante: a prepotência dos fracos e a arte da guerra de Sun Tzu - Crônica, por Emanuel Silva*

14/07/2025 -

imagem noticia
Na clareira mais ensolarada da savana, um elefante caminhava com a lentidão dos que não têm pressa e a autoridade dos que não precisam provar nada. Onde pisava, a terra cedia com um suspiro antigo, como se reconhecesse ali um velho rei.

Foi então que, do alto de um galho, uma formiga gritou:

— Ei, grandalhão! Cuidado onde pisa, que esse território é MEU!

O elefante parou. Olhou em volta com a lentidão dos que sabem que um olhar basta. Mas não viu ninguém. A formiga, sentindo-se ignorada, avançou com fúria, escalando a pata do gigante como quem invade a Bastilha.

A cada passo, berrava:

— Invasor! Colonialista do mato! Aqui não é sua savana!

A Prepotência da Formiga

No mundo das selvas, há um tipo curioso de valentia: a do fraco prepotente. A formiga, ao encontrar um corpo maior, em vez de temê-lo, buscava dominá-lo pela tagarelice. Ela não queria apenas ser ouvida. Queria ser temida.

— Se eu gritar mais alto que o trovão, quem saberá que não sou raio? — pensava.

E assim, fazia alarde. Organizou outras formigas, fundou um coletivo chamado Micropoderes da Terra. Declarou guerra ao elefante por "opressão simbólica e estrutural".

— Ele ocupa espaço demais! — dizia para todo o formigueiro — Nós, os pequenos, devemos tomar as decisões para reequilibrar a fauna!

E o elefante? Ainda não tinha notado que estava em guerra.

Sun Tzu e a Arte de Não Se Mover

O chinês tem séculos de muitos confrontos e estratégias. E neste histórico vale relembrar Sun Tzu: "A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar."





E o elefante, com a sabedoria ancestral dos que aprenderam com secas e caçadores, permaneceu calado.

Nem coice, nem barrito. Apenas silêncio. O que mais desestabiliza o vaidoso é a indiferença.

As formigas tentaram subir por sua tromba, mas escorregavam. Tentaram comer e cortar todas as folhas, mas ele já não comia daquelas árvores.

Então, uma delas indagou:

— Ele ignora a gente por medo ou por desprezo?

E a dúvida desfez o exército. Porque um inimigo muito superior e que não dá bolas... Transforma a fúria em ridículo.

O Último Grão de Areia

Todo este estardalhaço no formigueiro nem fez cócega no elefante. Ele continuou seu caminho. Caminhava normalmente e do mesmo jeito. A formiga? Aquela que provocou todo o rebuliço ficou só, foi largada pelo formigueiro. E agora solitária, fez uma última proclamação:

— Ele fugiu! Eu venci!

É aí saiu a propagar isso em outros formigueiros, já que o seu sabia da história. Criou até um curso chamado "Como derrotar gigantes em 5 passos sem ser atropelado". E ganhou muitos grãos de formigueiros amigos.

Mas à noite, no silêncio da floresta, cochichava para si mesma:
— E se ele nunca soube que eu existia?

Moral da história?

Quando o fraco é prepotente, não se torna forte. Só vira formiga de megafone.
E o elefante? Continua andando.
Pena que a formiga não goste de ler. Poderia ter conhecido o que disse Sun Tzu: "Conheça o outro e conheça a si mesmo, e em cem batalhas não correrá perigo."

A formiga conhecia o outro...
Mas nunca soube quem era.


*Emanuel Silva, é Professor e Cronista


**Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores e não refletem necessariamente a linha editorial de O Poder.



Deseja receber O PODER e artigos como esse no seu zap ? CLIQUE AQUI.

Confira mais notícias

a

Contato

facebook instagram

Telefone/Whatsappicone phone

Brasília

(61) 99667-4410

Recife

(81) 99967-9957
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site.
Ao utilizar nosso site e suas ferramentas, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Jornal O Poder - Política de Privacidade

Esta política estabelece como ocorre o tratamento dos dados pessoais dos visitantes dos sites dos projetos gerenciados pela Jornal O Poder.

As informações coletadas de usuários ao preencher formulários inclusos neste site serão utilizadas apenas para fins de comunicação de nossas ações.

O presente site utiliza a tecnologia de cookies, através dos quais não é possível identificar diretamente o usuário. Entretanto, a partir deles é possível saber informações mais generalizadas, como geolocalização, navegador utilizado e se o acesso é por desktop ou mobile, além de identificar outras informações sobre hábitos de navegação.

O usuário tem direito a obter, em relação aos dados tratados pelo nosso site, a qualquer momento, a confirmação do armazenamento desses dados.

O consentimento do usuário titular dos dados será fornecido através do próprio site e seus formulários preenchidos.

De acordo com os termos estabelecidos nesta política, a Jornal O Poder não divulgará dados pessoais.

Com o objetivo de garantir maior proteção das informações pessoais que estão no banco de dados, a Jornal O Poder implementa medidas contra ameaças físicas e técnicas, a fim de proteger todas as informações pessoais para evitar uso e divulgação não autorizados.

fechar