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Fernando Lyra denunciou repressão durante o governo Médici em Pernambuco, por Tavares Neto*

15/07/2025 -

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Em um contundente discurso na Câmara dos Deputados, em 1974, o então deputado federal Fernando Lyra denunciou o aumento da repressão política em Pernambuco durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, no auge da Ditadura Militar.





O período

Segundo Lyra, naquele período, nada foi inaugurado no estado — “pelo contrário, reinaugurou-se a violência”, afirmou em plenário. Como exemplo, citou um grave episódio ocorrido na Assembleia Legislativa de Pernambuco: dois agentes da Polícia Civil, alegando representar o IV Exército, invadiram o gabinete do deputado estadual Jarbas Vasconcelos e convocaram o vereador Marcus Cunha, do MDB, para comparecer à Segunda Seção daquela guarnição militar.

Exigiram


Parlamentares presentes exigiram dos agentes uma ordem judicial, que não foi apresentada. Diante da negativa, os policiais se retiraram. No entanto, cerca de meia hora depois, viaturas com novos agentes cercaram a saída da Assembleia. Para garantir a segurança de Marcus Cunha, foi necessário que mais de dez carros com parlamentares do MDB o escoltassem.

Apesar do esforço, Marcus Cunha foi preso no dia seguinte. A motivação teria sido a organização de uma conferência na Assembleia Legislativa sobre a economia nacional, que teria como palestrante o então senador Fernando Henrique Cardoso. A palestra, por causa da prisão, acabou não sendo realizada.





Ser alvo

Fernando Lyra, conhecido como um dos grandes tribunos da política nacional, passou a ser alvo de rumores de cassação. À época, seu pai, João Lyra Filho — que exercia pela segunda vez o mandato de prefeito de Caruaru — confidenciou a amigos próximos que, caso o filho fosse cassado, a família Lyra deixaria a vida pública.

Cassação

No entanto, a cassação não se concretizou. Fernando Lyra não apenas manteve seu mandato como viria a ser eleito por mais seis mandatos consecutivos como deputado federal. Chegou ainda a assumir um sétimo mandato como suplente, quando Fernando Bezerra Coelho foi eleito prefeito de Petrolina. Fernando Lyra ainda foi Ministro da Justiça do Presidente José Sarney.





Trajetória

A trajetória política da família Lyra é extensa. João Lyra Filho foi prefeito de Caruaru por duas vezes, deputado federal uma vez e deputado estadual em dois mandatos. João Lyra Neto, outro filho seu, também foi prefeito de Caruaru por duas vezes, deputado estadual, vice-governador e governador de Pernambuco — cargo que assumiu após a renúncia de Eduardo Campos para disputar a Presidência da República, em 2014, pouco antes de sua trágica morte em um acidente aéreo.

Continuidade


A atual governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, neta de João Lyra Filho, dá continuidade ao legado político da família. Ela foi deputada estadual por dois mandatos e prefeita de Caruaru por duas gestões antes de ser eleita governadora do estado de Pernambuco, e será candidata à reeleição.


*Tavares Neto é jornalista e radialista em Caruaru.
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