O general da reserva, Mario Fernandes, que atuava como secretário no Palácio do Planalto no governo Bolsonaro, admitiu ser o autor do plano de sequestrar ou matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. A confissão foi feita ontem, 24/07, durante depoimento no STF. À Corte, o militar alegou que o arquivo em questão era de caráter pessoal, mas admitiu ter ordenado sua impressão em uma impressora localizada no Palácio do Planalto. Mario Fernandes é réu do núcleo 2 no processo que apura suposta trama golpista.

Pensamento digitalizado

Ao longo do depoimento, Fernandes tentou afastar a ideia de que o plano tivesse objetivo prático. Disse que o material foi impresso apenas para leitura pessoal e que logo em seguida o rasgou. "Esse arquivo digital, que retrata um pensamento meu que foi digitalizado, é um estudo de situação. Uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém", afirmou o general. Ele classificou o plano como “um compilamento de dados” e afirmou que se arrepende de ter digitalizado o texto. “Não passa de um pensamento digitalizado”, disse.

Apesar da tentativa de despolitizar o documento, o conteúdo apreendido pela PF descreve estratégias para ataques a autoridades públicas e embasa parte da denúncia apresentada pela PGR no processo principal da tentativa de golpe.
General Mario Fernandes tirou selfie em acampamento golpista em 2022. General diz ao STF que visitou acampamento golpista como cidadão. Foto: Reprodução/ PF.