"Detesto ser portador de má notícia. Fujo dos profetas do Apocalipse. Sofrer antes do tempo, não ajuda nada. Porém uma coisa me espanta. Ainda não vi nem ouvi (talvez pela impossibilidade minha de acompanhar tudo) alguém levando em conta na condução da crise o efeito dominó na economia no caso de um provável tarifaço de Trump virar realidade. Fui péssimo aluno de Economia. Mas no primeiro dia de aula na Faculdade de Direito, aprendi com Vamireh Chacon, Gilvandro Coelho e outro mestre que o nome agora escapa, um tal de "poder multiplicador do dinheiro". Multiplica, para o bem e o mal, segundo conferi no livro didatico de Samuelson, na época. Cito de memória, sem aspas: cada tostão que você injeta na economia, vira dez. Cada tostão tirado, menos dez.
Portanto, a conta do prejuízo não é o número de empregos diretos perdidos nem a receita exportação evadida. Se Samuelson ainda vale (confesso que não fui muito além do primeiro capítulo nem atualizei) multipliquem tudo por dez. Como diz Ivan Ferraz, vale uma reflexão"

*Historiador, publicitário especializado em marketing político, diretor de O Poder. Da Academia Pernambucana de Letras.