imagem noticia

"Caminhos e Descaminhos da República Brasileira, pós 2a. GM" - Por Jarbas Beltrão*

28/07/2025 -

imagem noticia
1a. Parte


"A República brasileira tem trilhado ao longo da sua História mais recente caminhos e "descaminhos", com "golpes e contragolpes"

"Descaminhos"

Valdir Pires político baiano, com ligações com o Partidão (Partido Comunista Brasileiro), Deputado, Governador, Senador pelo seu Estado da Bahia, declarou sobre o movimento civil-militar de 31 de março de 1964, aquele movimento que foi sucedido por governos militares tinha parado um caminho de mudanças que ocorria na República Brasileira. Então, podemos concluir com a fala de Valdir Pires: havia um "processo de mudanças em curso naqueles tempos republicanos, então o movimento civil e militar de 1964 teria interrompido o "descaminho".





'Goulart deixa a Presidência'

Valdir Pires foi homem de confiança do Governo Goulart, espécie de Ministro da Casa Civil do Governo. Assistiu, o Presidente Goulart descer da cadeira presidencial sob pressão civil e militar, que não renunciou, obrigando o então, à época, Presidente da Câmara de Deputados Aldo de Mourão Andrade, declarar vacância da Presidência da República, abrindo caminho à chegada de Ranieri Mazili e, posteriormente, permitiu a consolidação do Movimento civil-militar de março de 1964, e, finalmente foi aberto "caminhos" para o período dos governos militares. Nesses governos muitos "caminhos" e "descaminhos", golpes e contragolpes ocorreram.

'Brasil, República Popular'

Fato é, Valdir Pires não escondeu com suas palavras, existir o propósito de forças politicas empenhadas na transformação da República brasileira em uma República Popular. Melhor dizendo sindicalista, com ativa participação do PCB (Partido Comunista Brasileiro - Partidão). O Brasil seria uma República Socialista/Comunista, nos moldes da República Cubana, muito em moda na época e muitíssimo badalada, tendo total apoio da União Soviética, de onde já havia chegado e continuaria chegando, o "ouro de Moscou". "O ouro de Moscou" chegava em sacolas transportadas em aviões, com muitas escalas, muitos dólares, conduzidas por espiões abrigados nas embaixadas ou funcionários da Ditadura Soviética, simples viajantes... Visitantes aos trópicos ou interessados em negociar com empresas brasileiras.

''Movimento em direção aos "descaminhos"

O movimento das lideranças sindicais dos setores de trabalhadores de maior organização, juntos a estudantes e políticos "esquerdistas", através das greves de trabalhadores e comícios, apontavam para o que eles entendiam e desejavam para o futuro da vida brasileira: "uma Pátria classista de Trabalhadores, e de Estado e Economia Socialista, com o "Partidão" dirigindo nossa Pátria, como o "Partido Único no poder".

'Brasil Socialista'

O livro " 1964 o elo perdido" de autoria de Mauro Abranches Kraenski e Vladimir Petrilack, pesquisadores/ historiadores, produzido a partir da abertura (1991) dos Arquivos das Agências de Informações dos países socialistas - em especial à Stb da ex-Theco-eslováquia e Securitate da Romênia - a obra onde são reveladas as informações, que nos revela: "havia, sim, em andamento um plano de engenharia praticada pelo movimento comunista internacional que, definitivamente levaria o Brasil, para a órbita do 'planeta socialista'". O Trabalho de agentes e espiões, thecos, romenos, soviéticos, alguns residentes no Brasil, visavam asfaltar o "caminho" no rumo que culminaria no Brasil Popular, Socialista, Comunista"... "Desta vez vai...depois do fracasso da Intentona Comunista de 1935". Intentona era nome para desqualificar o movimento, de tentativa de golpe revolucionário em 1935.

'O ápice para o "descaminho" '

Durante o Governo Goulart, crescia exponencialmente mobilizações sociais com fins de um "descaminho" republicano para trilhamos o caminho revolucionário. Daí as forças armadas, juntamente com mobilizações políticas e civis, entraram em cena para conter o processo daquela transformação Republicana.

'Ápíce'

O ápice da trajetória revolucionária republicana ocorreu com o famoso comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964. João Goulart, o Presidente da República, ladeado por alguns governadores dos Estados da República, lideranças da UNE, líderes sindicais, militares e civis apoiadores do Governo Federal, participaram daquela manifestação frenética onde se defendeu as Reformas: agrária, bancária, política, educacional, enfim, o "incêndio da ordem social e econômica injusta", então existente. No palanque não se pode falar que estavam representantes de um pensamento único, eram mentes bem discordantes, quanto ao entendimento de "reformas" e do "descaminho" a ser seguido.

'A desmontagem do "descaminho"'

O Comício da Central do Brasil foi o estopim para que forças militares tomassem às ruas e com fuzis afastassem aquelas forças, que Valdir Pires afirmara como forças da transformação, daí, teve-se a origem o afastamento daquele projeto revolucionário.





'O movimento de 1964'

Com o movimento civil-militar seguiu-se 21 anos de governos militares, com repressão a grupos de oposição política, muitas mudanças institucionais, mudanças no ambiente de legalidade para dar legitimidade à nova "ordem".

'Ambiente econômico'

O ambiente econômico interno foi bastante transformado. Na nova "ordem" o país passou a conviver com forte industrialização com base em importações de capitais produtivos. Foram momentos com altas taxas de crescimento econômico que se elevaram a tal ponto que chegaram a atingir até dois digitos. Índices, só vistos em alguns períodos da nossa História, desde o Brasil independente, como: Momentos do 2° Império; na República Velha, no período da 1a. GM (1914-1918 - com industrialização de substituição de importações) e Governo JK (1955-1960 com Plano de Metas, 50 anos em cinco).

'Nova República e esgotamento da energia econômica'

Esgotamento dos recursos financeiros na economia mundial, elevação do "custo Brasil", surgimento de novas oportunidades de maiores ganhos para o capital internacional - China Popular, Índia, Oriente Asiático - a onda de mudanças econômicas internas no Brasil foi substituída por conta do aparecimento de novos centros emergentes mundiais. Então, internamente, abre-se a porta para movimentos de oposição ao regime militar resultando na chegada da Nova República, daí a saída dos militares do poder.






Continua no nosso próximo encontro n'O Poder

Fica dito, por ora e o cafezinho é por minha conta.


*Jarbas Beltrão é Historiador, professor de História da UPE. Mestre em Educação pela UFPB, MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança pela Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) e Faculdade Metropolitana de São Carlos/SP.


**Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto a contestações e ao contraditório.
imagem noticia-5

Deseja receber O PODER e artigos como esse no seu zap ? CLIQUE AQUI.

Confira mais notícias

a

Contato

facebook instagram

Telefone/Whatsappicone phone

Brasília

(61) 99667-4410

Recife

(81) 99967-9957
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site.
Ao utilizar nosso site e suas ferramentas, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Jornal O Poder - Política de Privacidade

Esta política estabelece como ocorre o tratamento dos dados pessoais dos visitantes dos sites dos projetos gerenciados pela Jornal O Poder.

As informações coletadas de usuários ao preencher formulários inclusos neste site serão utilizadas apenas para fins de comunicação de nossas ações.

O presente site utiliza a tecnologia de cookies, através dos quais não é possível identificar diretamente o usuário. Entretanto, a partir deles é possível saber informações mais generalizadas, como geolocalização, navegador utilizado e se o acesso é por desktop ou mobile, além de identificar outras informações sobre hábitos de navegação.

O usuário tem direito a obter, em relação aos dados tratados pelo nosso site, a qualquer momento, a confirmação do armazenamento desses dados.

O consentimento do usuário titular dos dados será fornecido através do próprio site e seus formulários preenchidos.

De acordo com os termos estabelecidos nesta política, a Jornal O Poder não divulgará dados pessoais.

Com o objetivo de garantir maior proteção das informações pessoais que estão no banco de dados, a Jornal O Poder implementa medidas contra ameaças físicas e técnicas, a fim de proteger todas as informações pessoais para evitar uso e divulgação não autorizados.

fechar