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Jingle: o Recado Cantado que Nunca Morre, por Zé da Flauta*

29/07/2025 -

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Desde que o primeiro índio bateu no tronco de uma árvore para avisar à tribo vizinha que vinha festa ou guerra, a humanidade entendeu que som também é palavra. Séculos depois, as rádios brasileiras trocaram os tambores por microfones, mas a lógica era a mesma, comunicar com ritmo. Nascia o jingle moderno, aquele recado curto, cantado e colante, que gruda feito chiclete no cérebro e convence sem precisar gritar. Se um bom argumento convence, um bom jingle encanta, e o encantamento é mais difícil de escapar.

Romances de 30 segundos

Nos anos 80 e 90, o jingle era rei absoluto da propaganda. Bastava ouvir o nome do produto que a música já vinha na cabeça, com coreografia e tudo. As grandes produtoras de áudio pareciam estúdios da Motown, cheias de cantores, maestros e arranjadores que compunham verdadeiros hits a serviço do sabão em pó. A agência de publicidade mandava o briefing, os músicos escrevia a partitura e pronto, estava criado o hino de um novo produto. Era um tempo em que vender algo era também emocionar. Os jingles eram romances de 30 segundos que faziam a gente chorar comprando margarina.

Mudança

Mas a revolução digital derrubou esse trono de ouro. O público parou de apenas ouvir e começou a responder, remixar, zoar, regravar. A propaganda deixou de ser um tiro de canhão genérico e virou um bilhetinho escrito à mão, personalizado, geolocalizado, cheio de gírias, filtros e dancinhas. O jingle não morreu, ele virou áudio de WhatsApp, trilha de meme, bordão de TikTok. Agora ele não precisa durar 30 segundos, basta 7, com um refrão pegajoso, uma batida boa e uma frase que exploda no primeiro segundo. A essência continua, emocionar, comunicar, grudar, só que mais rápido e mais engraçado.

Alma da marca

O jingle, no fundo, é a mais humana das formas de propaganda. Ele canta aquilo que a razão não dá conta de explicar. Ele é o afeto da publicidade, a alma da marca. É como uma música de ninar que a empresa canta pro cliente dormir tranquilo com o cartão de crédito na mão. E por isso mesmo, continua forte. Porque enquanto houver coração, haverá melodia. E enquanto houver melodia, haverá uma frase cantada tentando nos convencer que aquilo que ela vende... é o que mais precisamos. Mesmo que seja um absorvente ou um vereador.

Até a próxima!

*Zé da Flauta é músico, compositor e cronista refinado.

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