
Faltou Atitude - Empresários de Pernambuco mostram todo o seu despreparo diante do Tarifaço de Trump
31/07/2025 -
Eles são ricos e se acham donos do mundo. Aqui na província, são pequenos monarcas, senhores feudais cercados de áulicos e aclamados por puxa-sacos. Se distraem em convenvescotes que geram notas nas colunas sociais e auto-elogios. Na hora da onça beber água, revelam que estão fora e não são levados em conta no jogo nacional e global. Atitude, Fiepe, Abrafrutas e outras entidades menos votadas não conseguiram entender ou se posicionar diante do tarifaço anunciado por Trump. Ficaram chupando dedos, com a boca escancarada cheia de moscas, esperando a tempestade chegar. Enquanto setores nacionais mais dinâmicos agiram rápido e profissionalmente, contratando poderosos escritórios de Lobby nos EUA e interagiram com Geraldo Alckmin, o interlocutor que podia alcançar, e alcançou resultados, por aqui nada ou muito pouco. Ficaram conversando entre si, e esperando uma ação do Governo local que, como se sabe, faz pose mas também não se articula bem nos setores essenciais. Resultado: proporcionalmente, Pernambuco é talvez o Estado mais penalizado pelo tarifaço pela metade de Trump.
A reação
A governadora Raquel Lyra, dentro da sua visão, anunciou que vai pedir ao governo federal a inclusão dos setores prejudicados de Pernambuco no pacote de ajuda de Lula. Agindo nas consequências, não nas causas. Gera manchetes mas não muda nada. O Governo Lula III já disse que vai ajudar os setores atingidos, com um plano semelhante ao que Bolsonaro utilizou na pandemia. Sim, na próxima terça, véspera da data anunciada para o tarifaço pela metade entrar em vigor, Raquel Lyra, junto com outros governadores, participa em Brasília de reunião com Alckmin. Nem precisa dizer que não dará mais tempo para nada de efetivo.
Setores mais e menos atingidos
O Consórcio Nordeste, que reúne os governadores da região, cita que as tarifas do governo Trump atingem diretamente diversas cadeias produtivas da região, como fruticultura, apicultura, setor têxtil, calçadista, metalmecânico e indústria automotiva.
Do total de produtos exportados por Pernambuco, cerca de 4,5% foram para os Estados Unidos, o que equivale a, aproximadamente, US$ 54 milhões. Não é muito. Nem pouco. As consequências, em princípio, são geograficamente delimitadas. Mangas, uvas e aço são alguns dos itens que não foram isentos do tarifaço e que, agora, devem ser impactados. A cana-de-acúcar está fora ou quase fora. No setor, no Nordeste, a cota americana já evaporou faz tempo e o peso das exportações para os EUA é irrelevante. Quem também escapou foi o setor automotivo, particularmente a mega empresa Baterias Moura. Essa mereceu um item especificamente destacado entre as exceções. O seu principal produto, está duplamente fora. Primeiro, no genérico, peças e componentes automotivos. Depois, foi de forma repetitiva, especificamente citado "Baterias de Lítio", o que sugere que lobistas profissionais foram contratados e fizeram questão de passar recibo de que fizeram o serviço encomendado. A exemplo do que aconteceu com os setores paulistas da aviação, automotivo, suco de frutas, entre outros. A cafeicultura dormiu em berço esplêndido, lascou-se. A regra é geral: quem cochilou ou esperou o efeito de bazófias políticas, se deu mal.
Petrolina
Mostrou todo o seu despreparo empresarial e das autoridades da área para o jogo que está jogando. O prefeito, coitado. Ainda está em salto livre esperando que um paraquedas surja do nada. Até agora Petrolina é candidata a maior vítima do tarifaço, pelo menos no Nordeste. Ou os Coelho do ramo FBC excluem intermediários incompetentes, itervém e assumem a interlocução, ou Petrolina vai viver da ajuda federal, pelo menos por algum tempo.
(O Poder).
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