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É Findi – Recife Iluminado, por Carlos Bezerra Cavalcanti*

02/08/2025 -

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Antes, muito antes da criação da Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE), no ano da Independência do Brasil (1822), os lampiões de azeite de carrapateira começaram a iluminar as noites recifenses, cabendo ao Inspetor de Obras Públicas a incumbência desse serviço que, até então, se limitava às freguesias centrais.

Dezessete anos depois (1839), surgiu a proposta para se implantar o novo sistema de iluminação a gás carbônico, como, de certo, já existia em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Vem dessa época a figura do Acendedor do Lampião de Gás protagonizada por escravos. O poeta Jorge de Lima, vendo-o tantas e tantas vezes, na sua faina crepuscular, nele inspirou-se e fez o seu célebre Alexandrino:

Lá vai o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, imperturbavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua.

Quando a sombra da noite enegrece o presente.

Um, dois, três lampiões acende e continua
Ou mais a acender ininterruptamente
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente

Triste ironia, atroz que senso humano irrita
Ele que doira a noite e ilumina a cidade
Talvez não tenha luz na choupana em que habita

Tanta gente, também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como o acendedor de lampiões de rua.

Em 26 de abril de 1858 foi finalmente inaugurada a iluminação à gás do Recife abastecida pelo Gasômetro, instalado nas proximidades da atual Casa da Cultura.

Em 1914, muitos progressos chegaram à capital de Pernambuco, as obras de modernização do porto, e do Bairro do Recife estavam bem adiantadas. Assim, neste mesmo ano, receberia o Recife a sua iluminação à luz elétrica, com as lâmpadas de filamento que, posteriormente, foram substituídas pelas de vapor de mercúrio implantadas em 1965, pelo então prefeito Augusto Lucena. Nessa época, o Recife, de tão iluminado, era chamado de “Cidade Luz”, (a Paris brasileira).

A Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE) foi criada justamente nessa época, 10 de fevereiro de 1965, com sede na esquina das ruas da Aurora e Princesa Isabel, (atual Polícia Civil) vindo ocupar o seu atual prédio na Av. João de Barros nº 111, dez anos depois.


*Carlos Bezerra Cavalcanti, sócio efetivo e benemérito do IAHGP

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