Um poema precisa
rasgar a pena, a carne
o mar, a luz
o átomo
a página
a tela
Um poema precisa dizer
o que ninguém quer ouvir
Um poema precisa fazer
do leitor elevador sem controle
nave que neva numa noite de sol


*Romero Falcão, é um cronista que se arrisca a fazer poema torto, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo.

Para Romero - De Xico Bizerra*


Rasgada a pena, a carne,
o mar, a luz,
Faltará ao Poema, apenas,
Rasgar a alma,
Fazer sorrir ou chorar o leitor
Antes que este aperte o botão
E siga em direção à noite de sol
Ou a um dia enluarado ...


Para Romero - De Nelson Nunes*

Na pena és consagrado
Todo verso vale a pena
Faz pena ser magoado
Ter pena da quarentena
A pena dum condenado
Da pena de quem condena


... E continua Xico Bizerra*


A pena de quem condena
É um gesto consagrado
Não tenho a menor pena
Da pena do condenado
Quando a Justiça é plena
Merece-a o apenado!


*Xico Bizerra, é compositor, poeta e escritor.
e
*Nelson Nunes Farias, o Rei da Glosa.