
Saiba por que o Ceará quer a cabeça de Danilo Cabral.
02/08/2025 -
Lideranças cearenses, à frente o governador Elmano de Freitas, somadas ao grupo empresarial liderado por Benjamin Streinbuch, da CSN/TLSA, que recebe bilhões do governo federal para construir o trecho da Transnordestina rumo ao porto Pecem-CE, querem o comando da Sudene. Articulação pesada, com mediação principal do ministro da Casa Civil do Lula III, o baiano Rui Costa. Como até o gramado da Esplanada dos Ministérios sabe, Rui, podendo, dá um jeitinho de prejudicar Pernambuco.
Generosidade inútil
O superintendente da Sudene, o pernambucano Danilo Cabral, foi generoso com a TLSA, empresa de Streinbuch, que detem a concessão para fazer a ferrovia. Streinbuch mobilizou recursos e recebeu aportes do governo federal, na soma, de declaradamente mais R$ 8 bilhões, valor que supera o orcamento original da obra. E quer muito mais. O orçamento já subiu para mais de R$ 15 bilhões. O trecho para o porto cearense vai receber, em 2025/26, a grande maioria dos recursos operados pela Sudene, em torno de 80% do valor total para a região. Porém o superintendente Danilo Cabral tem defendido a retomada do trecho Salgueiro/Cabo de Santo Agostinho da ferrovia, o que provocou a reação dos cearenses e de Streinbuch.
Lula no fogo cruzado
Com prestigio junto a Lula, passaram a reivindicar o cargo. A mudança era dada como certa, em Brasilia, até anteontem, quando lideranças de Pernambuco reagiram. Agora, o jogo está dividido. Vai ficar muito feio para Lula se ceder às pressões. Um atestado de que o trecho pernambucano da ferrovia, além de programado no sentido contrário ao bom senso dificilmente sairá do papel.
Sentido inverso
Sobre o rumo errado das obras do trecho pernambucano da Transnordestina, leia o artigo do nosso diretor, José Nivaldo Junior, publicado ontem aqui em O Poder, "Analise - a retomada da transnordestina está sendo proposta no rumo errado, ainda é tempo de corrigir".
Resumindo
O Ceará, governado pelo PT, e o ministro Rui Costa, aliado dos cearenses e de Benjamin Streinbuch não querem apenas a verba. Querem estar com a caneta que libera na mão.