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Folhetim semanal - O Fantasma do Capibaribe, Capítulo 2 – O Prédio Que Respira por Zé da Flauta*

02/08/2025 -

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No capítulo anterior -
O Recife parou.
Duas mulheres mortas. Uma lenda antiga despertando. E um mistério que emergiu das águas do Capibaribe.
Agora... o terror tem endereço.

Capítulo de hoje -

O antigo prédio do Diario de Pernambuco, há décadas abandonado, tornou-se um esqueleto de pedra no coração do Recife. Durante o dia, ele era só mais uma ruína ignorada pelos turistas que tiravam fotos nas redondezas, mas à noite... ele respirava. Era possível ouvir o som vindo lá de dentro, um estalido de madeira velha misturado a um gemido baixo e úmido, como se o concreto estivesse vivo, como se desejasse algo, ou alguém.

O investigador Isaac Torres, cético por natureza, foi o primeiro a entrar no prédio após o alerta de Dona Salomé. Munido de lanterna e revólver, subiu os degraus quebradiços que levavam ao segundo andar. Lá dentro, encontrou os restos de uma redação: papéis mofados, máquinas de escrever caladas e manchetes rasgadas. Mas o que gelou seu sangue foi o mural no fundo da sala. Nele, dezenas de fotos de mulheres estavam coladas com alfinetes, e sobre cada uma havia sido escrito com tinta preta a palavra “invisível”.

Torres sentiu um calafrio. Quando se virou para sair, a porta atrás dele se fechou sozinha com um estrondo. A lanterna piscou. O ar ficou pesado, como se todo o prédio inspirasse e expirasse em silêncio. Ele ouviu passos atrás de si, mas ao se virar não havia ninguém. Só o corredor vazio... e uma sombra que parecia não obedecer à lógica da luz. Ela se arrastava pelas paredes como se tivesse vontade própria, indo de sala em sala, escorrendo pelas frestas, procurando.

Ao sair correndo, o policial tropeçou em algo. Era uma máquina de escrever ainda úmida, com uma folha presa nela. Torres a puxou com mãos trêmulas. Estava datilografado: “Hoje ele vai escolher mais uma.”

Foi o bastante para fazê-lo sair gritando, tropeçando escada abaixo, jurando nunca mais voltar. E naquela noite, como que para provar sua palavra, uma terceira mulher desapareceu. Seu celular foi encontrado no chão, em frente ao antigo prédio. A última selfie mostrava seu rosto sorrindo... e atrás dela, no reflexo da vitrine de um restaurante, uma figura sem rosto, vestida de preto, aproximando-se em silêncio.

No próximo capítulo, sábado 09/08 -,
A jornalista Clara entra no prédio amaldiçoado com uma câmera e um crucifixo.
Mas algo a espera entre os espelhos... e ela não sairá sozinha.

*Zé da Flauta é músico, compositor e escritor. Disputa com Roberto Vieira o título de melhor cronista do Brasil atual.

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