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Entrevista não autorizada: A voz do ex- presidente de fundo do cárcere

05/08/2025 -

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Por Roberto Vieira*

Não se trata de Bolsonaro. Nem Lula. A conversa é com Juscelino Kubitscheck. No dia 16 de dezembro de 1968. Ele estava preso num quartel de Niterói. E psicografou com exclusividade.

Roberto Vieira - Boa noite, Presidente!

JK: Boa noite!

RV: Lamento a prisão do senhor... qual seu receio nesse momento?

JK: Deus me poupou o sentimento do medo.

RV: Algum sentimento de vingança?

JK: Nunca fui capaz de alimentar malquerenças e muito menos de cultivar ódio.





RV: O senhor continua o mesmo dos tempos de estudante de medicina?

JK: Se há algo que posso louvar em mim mesmo é o fato de ter me mantido o mesmo homem, antes, durante e depois do poder.

RV: A sociedade brasileira está dividida, presidente.

JK: O que se ouve é o grito de guerra contra uma sociedade injusta, arcaica, anacrônica e, sobretudo, repressora, embora se finja de progressista.

RV: O Brasil voltará a ser um país livre?

JK: Ninguém pode ter outro interesse se não o de que se consolide o regime de liberdade.





RV: Mas é uma era de extremos...

JK: Sou um moderado e só por isso consegui superar todas as paixões. O extremista não gosta da democracia.

RV: Há esperança de mudança nas urnas?

JK: As urnas são severas, as multidões exigentes e o eleitorado impaciente.

RV: O povo pode ser comprado?

JK: A nossa riqueza deve levar o suor de nosso trabalho.

RV: Acha que terá um julgamento justo?

JK: Não aceito o julgamento dos que agora me julgam; só aceito o julgamento do povo, pois só nele reconheço o juiz de minhas ações.

RV: É a favor da anistia?

JK: O perdão é a marca da grandeza, sobretudo quando se tem em vista um objetivo mais alto. Sempre perdoei meus adversários.

RV: A verdade sempre vence?

JK: Creio na vitória final e inexorável do Brasil, como Nação.

Quando nossa reportagem se despede, o presidente na prisão se despede com uma última frase: o otimista pode até errar, mas o pessimista já começa errando.





Nota: Após uma semana na prisão, o construtor de Brasília é posto em liberdade vigiada. Pode fazer quase tudo, menos falar, dar entrevistas e visitar Brasília. Viverá por mais oito anos. No dia da prisão de Juscelino Kubitscheck, nasce em São Paulo, o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O pensamento de JK sobre o julgamento das urnas segue o mesmo raciocínio do pensamento de Trump, Vargas e Lula, além de Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar nessa segunda feira, 4 de agosto de 2025.

*Roberto Vieira é médico e cronista.
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