
80 anos da bomba atômica e início do Tarifaço: o ponto em comum entre duas tragédias
06/08/2025 -
Por Roberto Vieira*
No dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos jogam a primeira bomba atômica na cidade japonesa de Hiroxima. O comando militar do Japão não se rende. A soberania do Japão é inegociável. Uma segunda bomba atômica atinge Nagasaki no dia 9 de agosto. Oitenta anos depois, o alvo norte-americano é o Brasil. A bomba dos EUA é o tarifaço. O discurso nacional é a defesa da soberania. O Brasil não vai se render. Como o Japão também não queria se render. O Tarifaço deve começar exatamente nesse 6 de agosto.

Tóquio
Na madrugada do dia 10 de março de 1945, 334 bombardeiros norte-americanos atacam Tóquio com bombas de napalm. Oitenta e três mil japoneses morrem. Duzentos e setenta mil prédios são destruídos. Mesmo assim, o Japão não se rende. O vice-presidente Harry Truman está diante da história. A invasão da ilha asiática será um banho de sangue beirando os limites da insanidade. Qual a solução? O que fazer com a morte de Roosevelt?

Rendição
O Imperador Hipólito decide pela rendição. Grava Edito Imperial a ser transmitido ao país no dia 15 de março de 1945. Militares rebeldes não querem a rendição e dão golpe de estado para sequestrar e silenciar Hiroito. O destino salva o Imperador. Após Nagasaki, a rendição não havia sido automática. Ocorreram mais de mil ações de ataque dos EUA ao Japão após Nagasaki. Uma delas causou blecaute em Tóquio. O blecaute ocasiona o fracasso do golpe de estado.
Hatanaka
O major Hatanaka quis resistir. Para ele não importa o sofrimento do povo japonês. A soberania é mais importante. Hatanaka e outros rebeldes acham que quanto pior melhor. O Imperador Hiroito sobrevive escondido naquela noite no seu quarto no Gobunko. O patriotismo abriga muitos canalhas. Das mais diversas ideologias.

Alexandre
O ministro Alexandre de Moraes está sozinho diante da Magnitsky. Moraes se olha no espelho como Hatanaka. A salvação reside em arrastar consigo seus colegas de farda, seus compatriotas, seu país ao caos. A única saída é o quanto pior melhor. O caminho é o discurso da soberania levando o país a sofrer quantas Hiroximas ou Nagasakis sejam necessárias para manter o poder.
Trump e Truman
Trump e Truman possuem em comum algumas letras e o cargo que ocupam. Truman passou a história para muitos como um genocida, mas nada passa mais longe da verdade. Foi um político que fez aquilo que tinha de ser feito quando Roosevelt morreu. Assumiu o julgamento da história. Trump não é Truman, o show de Truman não é o show de Trump. O Brasil não é Japão. Tarifa não é bomba. Mas Hatanaka e Alexandre possuem mais em comum do que supõe a nossa vã filosofia. Portanto, lembrem das 'meninas mudas, telepáticas', como nos ensinou um outro Moraes.
NOTA: O relato sobre o golpe de estado no Japão pode ser lido no belo livro 'A Última Missão', de Jim B. Smith e Malcolm McConnell. O texto acima não é ficção.
PS - O texto é dedicado a JR Guzzo.
*Roberto Vieira é médico e cronista.
NR - Os textos assinados expressam a opinião dos seus autores.

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