
Inédito - Lições de Sun Tzu e Maquiavel postas em prática no encontro de Trump e Putin
16/08/2025 -
Por José Nivaldo Junior*
Tenho os dois livros. Escrevi sobre o tema um livro, intitulado "Maquiavel, O Poder". Cujo sucesso, também tenho superstições, inspirou o nome desse site. O livro, traduzido em mais de 20 idiomas, do Inglês ao Mandarim, se tornou best-seller em muitos países. Mas neste início de tarde de sábado, exausto de uma semana intensa, vou recorrer à Inteligência Artificial do Google.
Vamos lá.
O que Sun Tzu ensinou a Trump e Putin
Em "A Arte da Guerra", o maior teórico bélico de todos os tempos enfatiza que o engano é fundamental para o sucesso militar. Ele afirma que "toda guerra é baseada em engano", e que um comandante habilidoso deve fazer com que o inimigo acredite em informações falsas, escondendo suas verdadeiras intenções e táticas. Isso inclui parecer fraco quando forte, forte quando fraco, e usar artimanhas para confundir e desorientar o adversário.

As lições de Maquiavel que Trump e Putin praticaram no Alasca
Maquiavel, em sua obra "O Príncipe", argumenta que enganar o inimigo é uma tática legítima e por vezes necessária para a manutenção do poder e da segurança do Estado. Ele não vê o engano como um fim em si mesmo, mas como um meio que pode ser usado para alcançar objetivos maiores, como a vitória em batalha ou a estabilidade política.

Engano como estratégia
Maquiavel via a guerra e a política como atividades onde a astúcia e a capacidade de enganar são cruciais para o sucesso. Ele acreditava que um governante sábio deve ser capaz de "parecer piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso", mesmo que não o seja na prática, a fim de manipular as percepções alheias e obter vantagens. Síntese minha: nunca deixe os inimigos saberem os seus verdadeiros objetivos. E ontem, o mundo assistiu, boquiaberto, a um espetáculo raro de astúcia, pragmatismo e dissimulação.
As notícias apressadas
Trataram de tirar conclusões pelas aparências. Putin enrolou Trump, gritou um. O encontro deu em nada, berrou outro acolá. Fizeram leitura de expressões corporais dos dois protagonistas. Leitura labial. Perguntas óbvias e explicações fora do eixo. Não quero ser mais sabido do que ninguém. Mas, até agora, ninguém recorreu aos dois inspiradores do encontro, Sun-Tzu e Maquiavel, para tentar entender o sentido real da coisa.
Premissa
Os idiotas da objetividade, como diria o grande Nelson Rodrigues, não levaram em conta algo que se aprende na escola primária da política internacional. Um encontro como o de ontem, sexta-feira 15/11, não acontece para discutir coisa nenhuma. O propósito é oficializar o que já estava decidido. E mandar recados. Na linguagem cifrada, só inteligível para quem domina o idioma da alta política e do maquiavelismo que, mais que nunca, domina e inspira o jogo da política contemporânea.

E quais os recados?
Sem ordem de importância, é possível identificar:
1. O Alasca foi russo. Os EUA compraram em 1867 pela pechincha, mesmo considerando a inflação, de U$ 7,5 milhões. Para os russos, o Alasca é tão russo como a Ucrânia. O encontro lá simboliza que Trump está disposto a uma ação conjunta para explorar as enormes e diversificadas riquezas que existem sob o gelo.
2. Fica estabelecido um novo eixo de poder, Estados Unidos e Rússia. Uma aliança secreta que Trump e Putin cultivam desde antes do primeiro mandato do americano. Brigam na sala, entendidos na cozinha. A Europa, agora, que se vire com a China.
3. Trump está livre para agir como quiser na América Latina, que retorna à condição de quintal dos EUA. Década de 1960 de volta. Basta considerar o que acontece, primeiro na Venezuela e com intervenções aparentemente alucinadas no Brasil.
4. A Rússia pode não sair do Brics. Mas, salvo fatos novos, vai puxar o tapete da entidade. Deixa Brasil, China e Irã, entre outros, abraçados por lá. A Arábia Saudita será oportunamente convencida a sair de fininho.
5. Outro encontro de "alta cúpula" já fica combinado. Provavelmente, deve acontecer em território russo. Reciprocidade geográfica. E provavelmente sem outros convidados. Afinal foi dito que entre dois fica mais fácil conversar. E minha velha e sabia trisavó já dizia que dois se entendem quando dois querem.
6. E a Ucrânia? Afinal, o pretexto (não o motivo) foi a discussão da paz. Sem Zelensky presente é até risível que analistas tratem isso com seriedade. A Ucrânia fica para depois. É quintal da Rússia, como, repetindo, a Venezuela, por exemplo, é quintal dos Estados Unidos.
Vai dar certo?
Ninguém sabe. Mas foi isso que Trump e Putin foram fazer no frio do Alasca.
PS - De fininho, Trump ainda mandou um recadinho: no mundo mandamos nós, mas em nós quem manda sou eu.
Confiram as fotos das fortalezas voadoras dos EUA sobre a cabeça dos dois...
*José Nivaldo Junior é advogado, historiador, profissional de marketing político há 50 anos. Autor do Best-seller internacional 'Maquiavel, O Poder'.