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Patrimônio é gente: o Brasil que resiste na ponta dos dedos do brincante Por Alice Lira, LeoMon, Thiago Francisco e Valéria Amorim

18/08/2025 -

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Foi celebrado ontem, domingo, (17/08), o Dia Nacional do Patrimônio Cultural. A data foi instituída em homenagem ao nascimento de Rodrigo Melo Franco de Andrade, fundador do IPHAN, e vem ganhando novos sentidos à medida que a noção de patrimônio se expande no Brasil.





Teatro

Um dos exemplos mais vibrantes dessa expansão é o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, o mamulengo. Reconhecido pelo IPHAN como Patrimônio Cultural do Brasil em 2015 e, desde 2008, incluído pela Unesco no Inventário Internacional das Expressões de Teatro de Bonecos, o mamulengo é uma manifestação popular de raízes profundas e ramificações vastas.


Tradições

Herdeiro de tradições europeias e africanas, enraizado nas feiras nordestinas e nos quintais do sertão, ele é mais do que uma forma de teatro: é um ritual de crítica, encantamento e resistência.






Mamulengo

Ao contrário do que o nome pode sugerir, o mamulengo não é um objeto, mas um sistema cultural vivo. É encenado por mestres bonequeiros, artistas populares, muitas vezes autodidatas que escrevem, esculpem, costuram, cantam, improvisam e encenam num único gesto. Gesto esse que, além de poético, é político: como afirma o agente cultural e cineasta
LeoMon.


Patrimônio

Esses mestres são, portanto, patrimônio vivo do Brasil. São portadores de conhecimentos que não cabem em currículos escolares, mas que ensinam muito: sobre pertencimento, ancestralidade, coletividade e imaginação política. Proteger o mamulengo é proteger esses mestres. E isso exige mais do que reconhecimento simbólico, exige políticas públicas estruturantes e duradouras.





Salvaguarda e fomento à cultura

Criado em 1937, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) começou sua trajetória como guardião de monumentos e construções, mas foi aos poucos se reinventando.

Constituição de 1988

Com a Constituição de 1988 e, mais tarde, com a criação do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial (em 2000), o IPHAN passou a incorporar práticas, saberes e celebrações ao seu escopo de proteção.

57 bens imateriais

Desde então, 57 bens imateriais já foram registrados, entre eles o samba de roda do Recôncavo Baiano, o ofício das baianas de acarajé, o jongo do Sudeste e o sistema agrícola tradicional do Rio Negro. O mamulengo soma-se a essa lista como exemplo do Brasil plural e profundo que resiste nas mãos de quem nunca teve vez nos salões de mármore, mas molda a memória do país em madeira, pano e barro.


NR - Os textos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder acolhe a livre manifestação de ideias e estimula o contraditório.
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