
Revolução dos Cravos em Portugal inspirou campanha política em Caruaru, por Tavares Neto* 21/08/2025
21/08/2025 -
No dia 25 de abril de 1974, o deputado federal Fernando Lyra (MDB), de saudosa memória, estava em Portugal e presenciou de perto a Revolução dos Cravos — movimento que encerrou a ditadura salazarista. A revolução recebeu esse nome porque a população, em êxtase, colocava cravos vermelhos nos canos dos fuzis dos militares, simbolizando o fim pacífico do regime autoritário.

Programa
De volta a Caruaru, Fernando Lyra participou do programa Mesa Redonda, da Rádio Cultura do Nordeste, apresentado por José Almeida e Tavares Neto. Na ocasião, recordou a figura do caruaruense Álvaro Lins, ex-embaixador do Brasil em Portugal, que havia protestado contra a ditadura de Salazar e acabou destituído do cargo ainda no governo do Presidente Juscelino Kubitschek, que se recusara a condenar publicamente o regime português.
Vozeirão característico
Com seu vozeirão característico, Fernando Lyra declarou sentir “inveja de Portugal”, onde a ditadura havia chegado ao fim, e reafirmou sua disposição de lutar para que o Brasil voltasse à democracia, mesmo sob o risco de ser cassado.

Candidato
Pouco tempo depois, em um sábado ensolarado na Feira de Caruaru, apresentou o candidato ao Senado Marcos Freire, que sairia vitorioso em Pernambuco ao derrotar João Cleofas de Oliveira. A derrota de Cleofas surpreendeu, já que historicamente era majoritário em Caruaru, tendo vencido eleições para deputado estadual, federal e para o Senado.
Derrotado
Em 1962, havia derrotado Miguel Arraes na cidade na disputa para governador, com o apoio da família Lyra. Doze anos depois, contudo, mesmo contando com o respaldo do governador Moura Cavalcanti, de Drayton Nejaim, do deputado estadual José Antônio Liberato e da tradicional família Fontes, não conseguiu repetir o sucesso.

Trajetória política
A trajetória política de Fernando Lyra já demonstrava ousadia desde sua primeira eleição como deputado federal, em 1970, quando contratou o jovem marqueteiro José Nivaldo, responsável por criar slogans de campanha, e também Pedro Alencar, pioneiro nas pesquisas eleitorais em Pernambuco, com o Instituto PORTE.
Comícios
Nos comícios da década de 1970, os símbolos da Revolução dos Cravos eram frequentes. Flores vermelhas enfeitavam canos de fuzis cenográficos e eram distribuídas a correligionários, entre eles o jornalista Souza Pepeu — cassado pelo AI-5 — e o comerciante Abdias Bastos Lé, Presidente do Partido Comunista em Caruaru, que havia sido libertado após cumprir pena na Casa de Detenção do Recife ao lado do lendário líder camponês Gregório Bezerra.
*Tavares Neto é jornalista e radialista em Caruaru.

Confira mais notícias
Ao utilizar nosso site e suas ferramentas, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Jornal O Poder - Política de Privacidade
Esta política estabelece como ocorre o tratamento dos dados pessoais dos visitantes dos sites dos
projetos
gerenciados pela Jornal O Poder.
As informações coletadas de usuários ao preencher formulários inclusos neste site serão utilizadas
apenas para
fins de comunicação de nossas ações.
O presente site utiliza a tecnologia de cookies, através dos quais não é possível identificar
diretamente o
usuário. Entretanto, a partir deles é possível saber informações mais generalizadas, como
geolocalização,
navegador utilizado e se o acesso é por desktop ou mobile, além de identificar outras informações
sobre
hábitos de navegação.
O usuário tem direito a obter, em relação aos dados tratados pelo nosso site, a qualquer momento, a
confirmação do armazenamento desses dados.
O consentimento do usuário titular dos dados será fornecido através do próprio site e seus
formulários
preenchidos.
De acordo com os termos estabelecidos nesta política, a Jornal O Poder não divulgará dados
pessoais.
Com o objetivo de garantir maior proteção das informações pessoais que estão no banco de dados, a
Jornal O Poder
implementa medidas contra ameaças físicas e técnicas, a fim de proteger todas as
informações pessoais para evitar uso e divulgação não autorizados.