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"Trump e Putin no Alasca: Sinais e Gestos" - Por Jarbas Beltrão*

25/08/2025 -

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"Trump deixou transparente o que diferencia o modelo de Governança que o Ocidente quer, e sua geopolítica da retomada da importância dos EUA na Ordem global".

'Encontro'

Teríamos que começar pela escolha do local. O Alasca foi até os últimos anos do século XIX território do Império Russo. Pela primeira vez desde a existência da Federação Russa, um governante da República euro-asiática pisava naquele solo. Para se chegar ao Alasca o ditador russo, faria sua longa aeroviagem atravessando apenas território russo. Nada de espaço aéreo de outros países. Segurança para o ditador.

'As relações'

O encontro de Cúpula no Alasca entre Putin e Trump, foi marcado por uma série de gestos e sinais reveladores do lugar e, como se encontram as relações entre os dois países, que na verdade representam dois Blocos em confronto no tabuleiro geopolítico mundial. De certa forma estamos diante da continuidade da guerra fria Socialismo e Ocidente.

'No tapete'

No tapete vermelho do Alasca, Trump chegou primeiro, esperou a chegada de Putin.
Juntos, Trump e Putin os dois preparam-se para os cumprimentos. Putin, pequena estatura, dirige-se ao grandalhão Trump. O ditador dirige-se ao "Laranjão" que lhe esperava. Putin estende a mão a Trump. Como de costume o que faz com outros interlocutores o Presidente americano puxa o braço do dirigente russo e traz até a sua proximidade. Putin interrompe o "puxão", e fica pelo meio do caminho. Tudo como se fosse uma competição de "cabo de guerra" .

'Pelo tapete vermelho'

Os governantes seguem caminhando pelo tapete vermelho, em direção às tribunas, que seriam mais tarde utilizadas para falas à Imprensa. No momento em que caminhando pela esteira vermelha, Putin é surpreendido pelo vôo da maior máquina de guerra que se tem conhecimento no mundo, o B-2 Spirit. O B-2, sim, é aquele mesmo que destruiu os centros de pesquisas nucleares do Iran. A "besta" espacial, não faz barulho fica instantes invisível, desenvolve uma velocidade que o torna fora do alcance dos radares. O "bichão" tem potencialidade de muitos milhares de voos com autonomia, representa um custo de 2 bilhões de dólares por unidade, as Forças Armadas Americanas tem disponíveis 137 das mesmas. Pois é, clara demonstração de poderio do Lourão. É como se fosse um recado para o ditador da ex-KGB, hoje na sombra da FSB. "...e aí, Putin vai encarar, com aquelas suas máquinas superadas da era Soviética, que muito mal consegue abater a resistência ucraniana? Muitas com a ferrugem comendo".





'Lavrov e a CCCP'

No encontro reservado, chega Sergei Lavrov, o ministro das relações exteriores de Putin, o "novo Molotov" - aquele ex-ministro de Stalin. Lavrov, meses atrás desembarcou no Brasil, trajando camisa polo manga longa e tênis, nenhuma formalidade, defecou na cabeca das regras protocolares. No Encontro do Alasca, o ministro de Putin trajava, com o paletó aberto, uma camisa Polo, que podia ser vista com quatro grandes letras, CCCP (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Ué! ... A "geringonça" não tinha fechado? Dissolvida pelo ato de Gorbachev, de 25 de dezembro de 1991, o nosso querido Gorbi?. Ele que tinha esperança de sobrevivência do socialismo com sua Perestroika... Nada feito... Esparramou-se ao chão, bagos (ex- Repúblicas) prá todo lado, se desmantelou, como desmantelou, a ingenuidade do ex-secretário geral do PCUS.


O ditador Putin, no século passado afirmara, "queda da União Soviética foi o maior desastre do século XX". Então, hoje, o ditador se empenha em restaurar, com a invasão a Ucrânia, o "elefantão Soviético", sem dúvidas. Entretanto o recado que Lavrov trouxe foi dado com a mensagem gravada na camisa Polo. Pois é, planeja-se colocar o elefante na sala de novo, O Império Soviético.





'A CCCP'

A CCCP, foi mesmo dissolvida pela experiência de abertura econômica - a perestroika? Sim foi, mas, só de mentirinha, agora tornou-se a ditadura das elites mafiosas russas de mãos dadas com Putin e a burocracia estatal, renanescente da ex-KGB. O comunismo sobreviveu, mais uma vez. Agora é a vez da simulação da FSB (ex-KGB), escola política de Putin e maior agência de informação, contrainformação e desinformação do mundo. Tá lá disponível a casa de tortura Lubianka, em Moscou, "lenha queimando" .

'Plano da KGB'

Segundo o professor Dr. Flávio Gordon em seu livro "Comunismo e Globalismo" a montagem da farsa do fim do comunismo e da União Soviética foi planejada pela KGB. Portanto, com a farsa, sumiu a União Soviética, e toda a constelação socialista da Europa Leste. Dissolveu-se além da URSS, o Pacto de Varsóvia e o Tratado de Comércio - Comecon. Com esse "baque" socialista cada "estrela" passou a tomar o seu "caminho próprio", refiro-me as ex-Repúblicas democráticas populares euro-orientais e as ex-Repúblicas soviéticas, estas últimas no total de 15. Enfim, seguiram outro rumo, libertando-se do "domínio soviético". Foi isso mesmo? Bielorusss, Geórgia, Cazaquistão não nos dão tanta certeza. O monstro está no caminho hoje da sua reinvenção.

'Vigilância Ocidental relaxada'

Prosseguindo o discurso do professor Gordon em palestras na Fundação Alexandre de Gusmão (FAG) e Escola Superior de Guerra, o anúncio do fim da União Soviética, serviu mesmo foi para disseminar a notícia, o "comunismo, perdeu a competição para o capitalismo... O bicho morreu". Então, é hora de afrouxar a vigilância ocidental, surgida após a 2a.GM, com a OTAN.

'Sobras'

Com a "morte do socialismo europeu", sobrou a China, lá na Ásia que implementara, como diz os dirigentes do PCCh "o caminho para o socialismo de características chinesas". Ou seja o "socialismo de mercado",
sem mercado interno, mas produzindo para exportação em direção ao Ocidente. Então surgiu riqueza e milionários na China - capitalismo só para burocracia estatal partidária e associada aos milionários privados, George Soros por lá com sua Open Society.

'Blefe histórico'

O fato é que, o comunismo não morreu, foi um blefe histórico, com a dissolvição Soviética, apenas, o comunismo metamorfoseou-se. A conversa agora é outra. A China capitalista estatal, que era sonho de Lenin, via Nova Política Econômica (NEP), pretensão da superação do comunismo de guerra.

Com a Federação Russa - uma potência nuclear sem "softpower" econômico e cultural - a China assumiu a dianteira comunista com um socialismo borrado, e outros sem conseguir tirar seus povos do atraso econômico.
como Cuba, Coréia Norte, Venezuela, Nicarágua com plataformas do "marxismo ortodoxo" dos tempos da primeira experiência socialista marxista - a experiência das cooperativas de consumo e produção, das fazendas coletivas resultou no atraso econômico como modelo.

O socialismo chinês tirou do seu horizonte, a luta de classes e a classe operária como vanguarda do socialismo. À frente uma elite comunista "modernizada", distante daquela "nomenclatura" Soviética, sobrevivente dos tempos de Stalin.

'Sobrevivência'

O Dr. Flávio Gordon tem razão, o plano da "engenhoca" socialista continua viva, porém ainda na mente dos desinformados que insiste na imagem de "progressismo", ditadura do Proletariado, libertação dos explorados, são muitos os desinformados que acreditam nesses acenos.

'Fim da História?'

Francis Fukuyama, da badalada Universidade de Harvard, "grife" acadêmica respeitada, mas com uma reitora que adota ideias do wokismo que infesta a juventude universitária da América... E brasileira (... Recua fascismo... recua, gritos que se ouve nos nossos campus) e do movimento "free Palestine", o professor mexeu-se no túmulo. Sua tese-livro, "Fim da História" foi desmentida por Sergei Lavrov e estampada na sua camisa Polo - CCCP.

'Sobrevida do comunismo'

O "comunismo tá muito vivo", enganou gerações dos bem intencionados, mas continua vivo. Que o diga o ministro Lavrov.
A KGB tem novo nome FSB, e a Ucrânia é um esforço para retomada do Império Soviético.

'Voz única é voz plural'

Depois da reunião em separado, no Encontro do Alasca, vieram os pronunciamentos dos líderes - Trump e Putin - à imprensa.





Primeiro falou, Putin, voz uníssona, era ele ... E ele mesmo, coisas de ditador, elogiou a recepção e fez revelações, sem sinalizar pra nada, do que ele projetava para o conflito que começou ao invadir a ex-República Socialista Popular da Ucrânia. O tirano, de vinte anos no poder, e seus estrategistas militares, invadiu Ucrânia e chamaram aquela guerra de "Operação Militar Especial"

Depois veio Trump, falou menos, não apresentou menor sinal de solução para o conflito, mas "ofereceu" uma "porretada" discreta, não falou como uma voz uníssona. Disse, sobre o Encontro, conversaria ao telefone com o dirigente da OTAN e depois se dirigiria aos seus secretários de Defesa e Justiça, para juntos construírem uma posição.
Ficou o recado, mostrou a diferença entre um governante eleito pela sociedade e aquele que se apoderou do governo russo há 20 anos - o modelo russo do socialismo desde 1917 e copiado pelos outros países seguidores - com voz e única e quem dita decisões.

O recado de Trump.

Decisões americanas passam por compartilhamento com aliados e auxiliares de Governo.


Fica Dito


*Jarbas Beltrão é Historiador, professor de História da UPE. Mestre em Educação pela UFPB, MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança pela Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) e Faculdade Metropolitana de São Carlos/SP.


**Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto a contestações e ao contraditório.
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