O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou ordens executivas que visam limitar a fiança sem dinheiro em Washington, D.C., e ameaçou revogar o financiamento federal para outras jurisdições que a utilizam, como parte de um esforço da Casa Branca para colocar o combate ao crime no topo da agenda nacional.

“Fiança sem dinheiro? Estamos acabando com isso”, disse Trump durante uma cerimônia de assinatura no Salão Oval.

A fiança sem dinheiro é um sistema no qual os acusados são liberados da prisão enquanto aguardam julgamento com base na promessa de comparecer ao tribunal, em vez de pagar um valor em dinheiro específico. Críticos da política, incluindo Trump, dizem que ela reduz o incentivo para os acusados comparecerem ao julgamento e coloca a segurança pública em risco ao permitir que eles voltem às ruas. Defensores afirmam que muitas pessoas de baixa renda não conseguem pagar a fiança. As ordens marcam os passos mais recentes de Trump para ampliar seu controle sobre a capital e usar o poder dos recursos federais para tentar moldar as instituições à sua vontade, afirmações de poder presidencial com pouco precedente recente. Afirmando que Washington, D.C., está dominada por uma onda de crimes violentos, Trump assumiu temporariamente o controle da polícia local e permitiu que tropas da Guarda Nacional portassem armas durante as patrulhas na cidade. Ele também ameaça ampliar a presença militar dos EUA para cidades como Baltimore e Chicago.

A ação gerou críticas às ações da administração como um excesso desnecessário, acusando Trump de criar uma emergência para assumir maior controle sobre Washington e mirar nas cidades democratas. Trump reconheceu as críticas, dizendo que as pessoas o chamam de ditador por suas ações.

“Eu não gosto de ditadores. Não sou um ditador. Sou um homem com muito bom senso”, disse o presidente americano.