
"As metamorfoses do totalitarismo marxista" - Por Jarbas Beltrão*
01/09/2025 -
As forças aliadas ocidentais não eliminaram de todo o totalitarismo na 2a. GM, paga o preço pelo "descuido"
'A guerra de mentira'
Em 1° de setembro de 1939, terminou a "guerra de mentira" ou "guerra branca" de Hitler e, começou o que seria a guerra de fato, a 2a. guerra mundial, a guerra declarada.
A data marca o dia da invasão do território da Polônia pelos exércitos nazistas. Em agosto, portanto, um mês antes, as duas grandes potências totalitárias - Alemanha e União Soviética - assinaram um Tratado de não-agressão entre si, na cidade de Munique, o Tratado Ribentrop - Molotov.
Hitler e Stalin colocavam lado a lado seus projetos de dominação, tornavam-se aliados. O Tratado teve um protocolo secreto, tendo a divisão da Polônia como objetivo. O objetivo foi atingido uma semana depois, da assinatura em Munique, quando as tropas nazistas invadiram o território polonês em direção ao Oriente. Já a União Soviética 15 dias depois depois fazia o mesmo, só que em direção ao Ocidente.
A "guerra de mentira" foi a preparação para o início da expansão hitletrista, dentro do seu projeto de restauração do Reich Alemão, isto é, agora o III° Reich, o Trich de mil anos. No período da "mentira" ocorreu, a incorporação da Áustria, Sudetolândia, Thecoeslováquia, e depois países Bálticos pelos exércitos nazistas.
A União Soviética desde sua formação foi centro de irradiação da Revolução Mundial Socialista, fator de aprofundamento do desequilíbrio político no continente europeu. Na Polônia os bolcheviques tentaram uma "revolução", experimentou o fracasso, no que se chamou de guerra soviético-polaca, onde Stalin comandou tropas. A sua invasão a Polônia era na prática o cumprimento do projeto de internacionalização da Revolução Proletária.
A Polônia, portanto sempre foi alvo de planos de conquista militar das duas potências. Então, o Tratado de 1939, foi como um passaporte, para que as duas potências tendo a frente Hitler e Stalin, pusessem em movimento seus exércitos em direção ao território polonês.
O Tratado de 1939 Molotov-Ribentrop no seu protocolo secreto, não divulgado, acordado entre as duas ditaduras, nazista e comunista, formalizou para aquilo que seria colocado em prática dias depois da assinatura do Tratado de 1939. As ditaduras tinham a "liberdade" para invadir a Polônia. A ação contra o território polonês foi preparado pela invasão dos países Bálticos, pelos soviéticos. Já os alemães ficavam com as terras ricas da Romênia e Bessarábia, ricas em petróleo.
'A Operação Barbarossa: ponto de virada'
Hitler na sua ambição desmedida, não via apenas Romênia e Bessarábia, mas em segredo avançou para o território soviético, através do maior avanço de tropas militares que se conhece na História Contemporânea, - a Operação Barbarossa.
Com a Operação Barbarossa, teremos o "ponto de virada" da posição Soviética, até então aliada do nazismo. Com o erro estratégico hitlerista, ocorreu a ruptura dos dois aliados totalitários, que sempre nutriram, ódios entre si.
A Operação Barbarrossa - nome referia-se a um general germânico medieval do II° Reich, o Sacro Império Romano Germânico do Ocidente - significou um erro fatal de Hitler, e praticamente representou início da derrocada alemã. A Alemanha foi obrigada a deslocar tropas de terra e ar para a União Soviética, e sua frente Ocidental ficou desguarnecida, representando para os aliados ocidentais grande reforço de tropas para oz aliados ocidentais com Stalin, migrando para o lado da Aliança Ocidental.
A invasão ao território soviético, foi a chance para o ditador Stalin, usasse a invasão alemã para convocar os soviéticos e envolvê-los na "Guerra patriótica", depois, transformada em guerra contra o nazismo e tambem por ele classificada como "guerra de agressão imperialista". Stalin procurou esconder sua face totalitária, aliando-se as tropas ocidentais (Estados Unidos, Inglaterra e resistência francesa).
O ditador soviético, aguardava que Hitler continuasse expandir sua guerra por toda Europa, para depois chegar com o Exército Vermelho e "libertar" o continente europeu.
A "Libertação" européia pela URSS, veio com a ocupação do Exercito Vermelho e formação das ditaduras "democráticas populares", no leste europeu, através de governos impostos dos partidos de esquerda ou eleições fraudadas, naquela parte do continente - Hungria, Polônia, Thecoeslováquia, Bulgária, Albânia, Romênia, Iuguslávia - todas transformadas em satélites do Império Soviético até 1989.
A vitória da Aliança Ocidental tornou-se viável com uma aliança indesejavel com os sovieticos -no ponto de vista de Winston Churcil - mas a participação do Exército Vermelho teve paoel impirtante na derrota dos nazistas. O Exército Vermelho numeroso e bem equipado - Os Planos quinquenais soviéticos, todos desprezavam a economia de consumo de bens e tornavam prioridade a produção de armamentos. Desde 1924, conforme o general soviético Victor Suvorov na sua obra "O grande Culpado", o que se expandiam de forma gigantesca fou a produção armamentista. A obra de Suvorov, desmente, a "lenda" de que o Tratado de 1939, teve objetivo pelo lado soviético de ganhar tempo, para preparar-se para a Guerra. Suvorov por suas revelações recebeu condenação da Justiça Soviética, viveu refugiado até a morte na Inglaterra.

Com a derrota nazista e a exclusão do nazismo quanto ao "menu" dos pensamentos políticos os planos do movimento comunista ficaram escondidos. O Movimento da ortodoxia marxista, tornou-se vitorioso no Leste europeu, e tornou-se simpático em setores do Ocidente, principalmente França e Itália. A expansão comunista no Leste da Europa foi como uma "vitória de Pirro", implantou-se as ditaduras comunistas, mas a paralisação econômica fez ruir as mesmas no "baque" das ditaduras nos últimos anos de 1980 com a queda do Muro de Berlim.
'Expansão para o Terceiro Mundo'
A União Soviética, tornou-se praticamente líder dos movimentos "anti-colonialistas" nos anos posteriores a 2a. guerra. Ásia, África e América Latina, foram sendo trazidas para o lado soviético, cuja a única contestação do bloco veio do próprio lado comunista, ou seja, da China de Mao Tse Tung.
'Reconstrução do Ocidente europeu'
Quanto ao Ocidente, os anos pós 2a. GM, assistiram a construção da hegemonia dos EUA. A nação americana colocou sua máquina econômica para formação do mercado global, que se deu pela via inicial do Plano Marshal. O modo de vida americano mostrou-se com maior poder de expansão econômica.

Acordos comerciais e financeiros reconheciam o poderio americano, Acordo Bretton Woods, ainda no decorrer da guerra e reconhecimento do dólar como moeda de reserva, carimbaram reconhecimento americano.
O "American Way of Life" era a aspiração dos povos, mesmo com uma crescente atmosfera antiamericanismo, mas na prática era um sistema econômico vencedor. O "sofpower" americano era a bússola que tirou muitos grupos da pobreza e sinalizava para um mundo de prazeres e confortos bem distantes dos primeiros séculos da Revolução Industrial
'O Império socialista'
Por outro lado, o Império Soviético - União Soviética + Países socialistas europeus + socialismo asiático - não conseguiu formar um mercado impulsionador da vida econômica. O 'Comecom' não passou de uma iniciativa para favorecer a União Soviética, que ajudou a sustentar Moscou.
'Rivalidade na Ordem Global'
A Hegemonia econômica americana até 1991 não encontrava rival. A economia Soviética foi competidor no campo da esfera militar e espacial, nunca teve uma indústria competitiva.
Entretanto, eis que no século XXI, surge a China, um modelo de "socialismo reinventado", alavancado pelo capital ocidental (primazia norte americana), renunviava a luta de classes, a idéia do vanguardismo operário com seu modelo de produção para exportações ("socialismo de características chinesas"). Hoje, o "dragão chinês" é a 2a. maior potência econômica do mundo.
'Trump e o reordenamento americano'
Com o segundo mandato de Trump, visando a estratégia de "América grande outra vez", tem provocado abalos numa Ordem que estava em formação.
Eis "de repente (?) não mais que de repente(?) a reconstrução da Ordem Ocidental", almejada por Trump como sua importante estratégia revela na trajetória Trumpista, a presença de forças impensáveis a serem enfrentadas. Forças adversas que atuam no intestino do país, forças associadas dentro de um bloco que reúne cleptocracia burocrática, elites antiliberais, narcoterrorismo, corrupção, wokismo tecnoburocracia (Estados nacionais e organismos internacionais) e grupos de esquerda (socialismo tecnocrático e Ortodoxia marxista), que atuam numa rede global, gerando duros desafios a serem vencidos.
Os conflitos tendem ao aprofundamento. Grupos terroristas vinculados ao narcoterrorismo, ações dos governos do Bloco Autoritário (China, Rússia e Iran), surgem como novos e ameaçadores agentes anti-ocidente.
'General Patton' - "vencemos o inimigo errado"

Os desafios de reestruturacao da hegemonia dos postulados ocidentais de liberdade política e econômica estão fora do alcance de grande parte da sociedade civil. O fato é que ignora-se quase que completamente essa guerra que ocorre, na verdade, no "cume da montanha". De repente vai ficando atual a avaliação do temperamental General Patton. Tendo já sido derrotado o nazismo, o militar reagiu, o nazismo já estava derrotado desde o erro fatal de Hitler, com a Operação Barbarossa. Um inimigo permanecia e se escondia - o totalitarismo soviético - disse, Patton, portanto: "derrotamos o inimigo errado". Na verdade, o Ocidente tenta derrotar o sobrevivente, até agora usando a força da máquina econômica, baseada na liberdade de empreender.
Tenho dito
Do meu buncker de Gravatá.
*Jarbas Beltrão é Historiador, professor de História da UPE. Mestre em Educação pela UFPB, MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança pela Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) e Faculdade Metropolitana de São Carlos/SP.
NR - Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores.

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