
A última palavra será de Bolsonaro: médicos e familiares orientam a ver seu julgamento de casa
01/09/2025 -
Médicos, familiares e advogados vêm orientando o ex-presidente Jair Bolsonaro a não ir às sessões em que será julgado pelo STF, a partir de amanhã, terça-feira, por tentativa de golpe de Estado. A saúde debilitada é o principal argumento usado pelo entorno, que deseja que ele assista remotamente às sessões de casa, onde está em prisão domiciliar desde agosto. A palavra final, no entanto, caberá ao próprio Bolsonaro, que na visão de aliados ainda pode ir ao STF como uma "demonstração de força" à militância. Nos últimos dias, segundo aliados, o ex-presidente teve novas crises de soluços e vômitos em decorrência de uma esofagite. Aliados do ex-presidente, como o secretário-geral do PL, senador Rogério Marinho, líder da oposição, dizem que sequer vão inscreveram para representar Bolsonaro na sessão que pode traçar o seu futuro. "Vou acompanhar o julgamento do Senado, sabendo que o relator já prejulgou a ação. Bolsonaro tem o meu apoio e a minha solidariedade. Acredito que a única opção de mudarmos o jogo é no parlamento com a anistia", afirma. Como ato simbólico, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, deve pedir na reunião de líderes marcada para terça-feira que a anistia aos envolvidos no '8 de janeiro' seja pautada, iniciativa que encontra resistência entre partidos de centro e de esquerda.
O que falou o vereador Carlos Bolsonaro, após visitar o pai:
"Está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco", afirmou nas redes sociais.

O "núcleo 1" e a intensificação da segurança
A ação penal envolvendo o "núcleo 1" da trama golpista inclui, além de Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, deterioração de patrimônio público e dano qualificado a patrimônio da União, Ramagem teve a acusação referente aos 2 últimos crimes suspensa. Por causa do julgamento do "núcleo 1" da trama golpista, o STF ampliou o efetivo de agentes e equipes que atuarão internamente e também intensificou a articulação com a Secretaria de Segurança Pública do DF, de olho no dia 07/09. As medidas incluem ações coordenadas para monitorar riscos e adaptar estratégias de acordo com a evolução do cenário. O tribunal avalia que a data tem caráter simbólico e carrega o histórico de episódios de tensão em Brasília, como os registrados em 2021 e 2022. Em 2021, houve uma ameaça de invasão por parte de manifestantes que apoiavam Bolsonaro.
