
Capital sob fogo dos sem teto - No Americano Batista Eram dois nós cegos para Raquel desatar. Agora, são três, assista ao vídeo
02/09/2025 -
Americano Batista ocupado - Dois nós cegos num só lugar para a governadora Raquel Lyra desatar. Em
19/08/2025, publicamos matéria com esse título. Nada aconteceu. Eram dois problemas. O primeiro, a desapropriação da área onde deveria ser erguido um empreendimento comercial. Sem saber, até hoje, o que botar no lugar. Segundo, a falta de vigilância em área valorizadissima abandonada, gerou ocupação por movimentos de sem tetos. Um mês. Sem negociação eficaz. Sem uma proposta objetiva. Esse, o segundo nó. O terceiro, aconteceu hoje: a ocupação violenta das ruas. Antes houve manifestações pacíficas. Como nada aconteceu, o movimento resolveu transtornar a cidade. Com o principal eixo de mobilidade, a Av. Agamenon Magalhães, fechado por horas nos dois sentidos, as repercussões foram inevitáveis. Caos na cidade inteira. Terceira bronca. Problemas que vão se somando. Sem solução a vista.

Histórico
Já demos. Vamos repetir. Era fevereiro de 2023, segundo mês do governo Raquel Lyra. A área privilegiada ocupada pelo Colégio Americano Batista, no Recife, iria a leilão. O governo Raquel se antecipou e desapropriou o local pela bagatela de R$ 80 milhões. Alegou, na época, que o espaço seria destinado a um projeto educacional. Qual projeto? Não foi dito. O tempo passou, e nada de nada acontecer. O mato tomou conta da área. Inclusive árvores começaram a crescer no interior dos prédios. E pedaços do telhado do imponente edifício central começaram a desabar. Ninguém deu bolas e tudo ficou por isso mesmo.
Até que
Dois anos e meio depois, o Colégio Americano Batista, no bairro da Boa Vista, Recife, foi ocupado por cerca de 800 famílias do Movimento por Moradia Digna (MDD) no último dia 04 deste mês de agosto de 2025.

Após a ocupação
O governo estadual divulgou uma nota sobre a reintegração de posse do imóvel. No entanto, os ocupantes resistem e propuseram um acordo para evitar o despejo, buscando uma mesa de negociação com o governo. Eles alegam que o imóvel, apesar de desapropriado, permanece sem uso concreto e que o governo não os procurou para discutir o futuro do local.
A ocupação
Promoveu protestos e interdições de ruas por parte dos movimentos por moradia, que cobram uma resposta oficial do governo sobre o futuro do prédio. A CTTU, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados para lidar com a situação. Tudo voltou ao normal, do lado de fora, mas a ocupação continua.
O Governo do Estado
Desapropriou a área, não deu o destino anunciado e agora tem dificuldade para lidar com a ocupação. O que eram dois problemas: viraram três: 1. o que fazer no local; 2. e como se relacionar e o que propor aos ocupantes; 3. Como lidar com as manifestações violentas que transtornam a cidade inteira. O movimento no prédio é grande, e aumentando. Eram 600, depois 800, agora já anunciam 900 famílias. O dia inteiro, entram e saem pessoas. Homens mulheres, idosos, crianças. Testemunhas confirmam que muita gente dorme lá dentro. Uma vigília permanece de plantão 24 horas, pronta para resistir a qualquer ação de despejo. Os dias correm, o mato cresce, o perigo de desabamento aumenta. Centenas de pessoas estão vivendo em condições absolutamente precárias.

Como dissemos na matéria anterior
A palavra resolver não parece fazer parte do vocabulário da questão. Pelo menos, até hoje.