
Ambiente no STF: Sustentações orais com firulas, elogios exagerados e debate sobre diferenças entre voto impresso e auditável
02/09/2025 -
Hylda Cavalcanti/ Por HJur
O advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid no julgamento dos responsáveis pela articulação para um golpe de Estado no país, provocou gargalhadas nesta terça-feira (02/09) na sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele não poupou elogios aos ministros Cristiano Zanin Martins e Luiz Fux, alguns com conotação histriônica.
Em relação a Zanin Martins, Bittencourt afirmou que considerava “uma honra” fazer sustentação numa turma do STF presidida por Martins, a quem sempre considerou “excelente advogado” no período em que atuou como operador de Direito (antes de entrar no colegiado da Corte).
“Atraente como os cariocas”
Por sua vez, em relação a Fux, ele afirmou que o ministro é “sempre saudoso, sempre presente, amoroso, simpático e atraente como são os cariocas”. A situação provocou um ambiente tão engraçado durante a sessão que no momento em que o advogado foi abordar o ministro Flávio Dino, Dino o preveniu: “Quero dizer que não aceito nada menos do que já foi dito aqui sobre o Fux”.
No que o advogado respondeu que Flávio Dino estava “acima disso” e o chamou de “elegante e sábio”. As firulas não pararam por aí. Também foram proferidas pelo advogado e ex-senador Demóstenes Torres, advogado de defesa do militar Almir Garnier, que fez elogios a Zanin e a Fux.
Voto impresso e voto auditável
Outro momento que também se destacou durante a tarde, no julgamento, esteve relacionado ao advogado Paulo Cintra, que faz a defesa do hoje deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e um dos réus.
Paulo Cintra citou, na sua fala, o voto impresso e o voto auditável como se fossem sinônimos. E foi rebatido pela ministra Carmen Lúcia, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Vossa Senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso, porque repetiu como se fossem sinônimo. Mas não é. O processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil, passamos por uma auditoria”, frisou.
A ministra destacou que fez a consideração para explicar, aos que estavam assistindo à sessão, para que não seja passada a ideia de que o voto não é auditável. “Uma coisa é a eleição com processo auditável, outra coisa é o voto impresso”, acrescentou a ministra, ressaltando que “não é possível usar as duas expressões como sinônimos”.
A sessão foi encerrada por volta das 17h50. Será retomada na manhã desta quarta-feira (03/09).