Por Severino Lopes

 
Uma obra que fala de fé, e transmite uma mensagem revolucionária de paz, amor e felicidade, a partir das páginas das escrituras sagradas. Lançado este mês,  em versões física e digital, o instigante livro “A Apologia da Fé Católica”, de Alexandre C. de Almeida, é uma obra fascinante, desafiadora, que mergulha nas páginas da Bíblia e oferece aos leitores uma proposta de vida fundamentada nos ensinamentos dos textos sagrados.  A fonte foi a Bíblia com os seus 73 livros, sendo 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Todas as citações bíblicas foram retiradas da “Bíblia Ave-Maria".
 
A conversa
 
Esta semana, O Poder conversou com  Alexandre  Almeida que deu detalhes do livro e como surgiu a ideia de escrever uma obra tão profunda e relevante em tempos difíceis, marcados por conflitos políticos, guerras entre nações, e pela revolução científica e tecnológica.
 
O tempo
 
O livro foi construído gradativamente durante diversas etapas da vida do autor. Um capítulo após o outro. Em pedacinhos. Sem muita pressa. Nasceu do seu profundo desejo de mergulhar nas páginas das escrituras sagradas, e delas, tirar uma lição de vida. Para escrever “Apologia da Fé Católica”, Alexandre leu muito. Passou horas tentando entender a odisseia do povo judeu, desde a libertação do Egito, a épica passagem pelo Mar Vermelho, o longo caminho no deserto em busca da terra prometida. E chegou ao Evangelho. Aos ensinamentos, milagres e pregações de Jesus Cristo.
 
Aproximação da Igreja Católica
 
O primeiro passo dado por Alexandre para escrever o livro, foi se aproximar da igreja católica. Para isso, uma pessoa foi fundamental em sua vida: a esposa, a advogada Ladjane Pereira de Mello. Foi ela,que reaproximou o agora escritor, da igreja. E o fez descobrir a beleza do cristianismo.
 
O amigo que incentivou
 
Outra pessoa importante que incentivou Alexandre Almeida a aprofundar as leituras bíblicas, foi o jornalista Carlos Magno. Ministro de Eucaristia da Catedral de Nossa Senhora da Conceição em Campina Grande, Carlos Magno apresentou para o um aplicativo católico com as liturgia diária e a devida explicação dos padres.  Carlos apresentou o aplicativo de smartphone chamado “Pocket Terço”, que traz, entre outras coisas, a liturgia diária da Igreja Católica. A ferramenta foi  fundamental para o início dos estudos.
 
“Passei então a pesquisar e estudar as referências bíblicas que me cativavam na leitura da liturgia, quando percebi que a maioria dos católicos não praticantes não conseguiam compreender os textos sagrados, muito em razão de não conseguirem situar as narrativas bíblicas no contexto da história” recorda.
 
Histórias e personagens
 
As histórias, personagens e principalmente os profetas do Antigo Testamento, chamaram atenção do autor, que tinha dificuldade para entender o contexto da época em que o texto sagrado foi escrito. A curiosidade moveu Alexandre a aprofundar os estudos. Queria, por exemplo, saber a época em que alguns dos profetas viveram. Mergulhar no contexto histórico foi um desafio. Uma missão que ele realizou antes de sentar para produzir a sua obra.
 
“E com essa curiosidade de estudar um pouco e a perceber que a maioria dos católicos não tem noção de quem são as principais figuras citadas na Bíblia. E também, o período que elas viveram e as inseriram no contexto histórico” explicou.
 

Curiosidade pela origem da vida
 
Procurar entender a origem da vida, e porque estamos aqui e qual será o nosso destino, pós morte, fazem parte da natureza humana. Algumas perguntas, nunca terão respostas neste plano terrestre, mesmo com o avanço científico e tecnológico. Essas indagações, no entanto, levaram Alexandre a mergulhar nas páginas da Bíblia e a luz da fé, perceber o mistério que ronda o universo. Para ele, a crença em Deus, é a chave para a plena e repleta felicidade. E basta. É tudo. Toda essência do existir.
 
“Isso gerou uma curiosidade e eu percebi que tudo tinha um sentido. Sentido da origem da vida, da existência de Deus e da existência da Igreja Católica.Tudo foi ficando claro no momento em que eu me aprofundava nos estudos. A partir daí, pensei em escrever alguma coisa para mostrar ao católico não praticante principalmente, o sentido da existência de Deus e da existência de Jesus e da Igreja católica” explicou.
 
Mensagem central
 
A mensagem central do livro, escrito com sentimento de cristão e sensibilidade de poeta, é mostrar a presença de Deus na história e a revolução que o amor ao próximo pode causar na transformação das estruturas da sociedade. Uma sociedade justa, igualitária, ética e solidária.
 
Posicionar o leitor
 
Na conversa com O Poder, Alexandre Almeida disse que o seu foco foi procurar posicionar o leitor da Bíblia no tempo com relação a história da humanidade.
 
“Eu quero mostrar que a gente que é católico, cristão e tem uma fé profunda , a gente acredita que esse mistério não nos foi revelado, porque não é para ser revelado. Para nós cristãos basta ter fé. E acreditar que Deus criou o universo e nos criou à sua imagem e semelhança. Deus nos criou para sermos felizes na plenitude” destacou.
 
Aliança quebrada
 
Citando o Gênesis, livro da criação, Alexandre lembrou que Deus criou o homem para ser feliz, e o colocou no paraíso. A desobediência do homem, representada por “Adão”, quebrou essa aliança de amor, restabelecida de forma plena e completa em Jesus Cristo.  Ao longo da história, conforme observou o autor, o homem quebrou a aliança com Deus por diversas vezes. Nos últimos tempos, com o advento da tecnologia,  continua buscando a explicação para a existência da vida, fundamentada apenas nas descobertas científicas.
 
“Nós que somos católicos temos a serenidade de saber que não somos capazes disso. Essa falta de conhecimento de origem da vida é suprida pela fé. A fé é mais do que mais do que suficiente. Quando a gente tem fé em Deus, temos forças para tentarmos ser como Cristo.
 
Resumo
 
De forma resumida, o livro "A Apologia da Fé Católica" apresenta a história do povo judeu a partir da criação do homem, descrito como a obra-prima de Deus. Contudo, mesmo tendo recebido o dom de ser imagem e semelhança do Criador, o ser humano cedeu sucessivamente à ilusão da soberba, fazendo com que a relação entre Deus e a humanidade se tornasse um constante recomeço. Este trecho da apresentação bem expressa o que o leitor vai encontrar ao longo da obra. A história é repassada pelas lentes da fé e a fé interpretada no quadro dos acontecimentos históricos.
 

 
Sem pretensões
 
Alexandre não é teólogo, clérigo ou integrante da hierarquia eclesiástica. É um engenheiro e consultor de alto nível, articulista com intimidade no uso das palavras. Com simplicidade, deixou claro que não pretende transformar o seu  livro em  uma obra teológica.
 
“Até porque não tenho credenciais para tanto, mas espero que eu consiga transmitir ao leitor o sentimento de um leigo inspirado pela fé católica. A fé é um dom recebido de Deus, que eu considero ser um elemento necessário e indissociável à compreensão da natureza humana, desde a criação do universo até os dias atuais” observou.
 
Os pais do autor
 
Alexandre Almeida é de uma tradicional família católica de Minas Gerais, tendo o seu pai Fábio nascido em 1928 na cidade de Oliveira, localizada a sudeste do Estado, a 100 Km de São João del Rei e 160 Km de Belo Horizonte. A sua mãe Vera nasceu em 1937 no jovem município de Belo Horizonte, quando a cidade tinha apenas 40 anos de fundação.
 
Tradicionalismo
 
O tradicionalismo religioso de Minas Gerais foi marcante na família de Alexandre, principalmente na genealogia de seu pai, que teve vários parentes dedicados ao sacerdócio católico, incluindo duas de suas irmãs que se tornaram freiras (uma já falecida).
 
Sacramentos
 
Criado no meio católico, ele conta na introdução do livro, que teve  a graça de receber os sacramentos do batismo, da comunhão e da crisma, mas os destinos da vida o levaram a viver longe de Minas Gerais e, consequentemente, distante da convivência próxima de seus familiares e dos costumes católicos.
 


O casamento
 
Alexandre casou em Maceió (no regime civil), sem entretanto poder receber o sacramento católico do matrimônio, uma vez que a primeira cônjuge é cristã não católica. Após a separação desta primeira relação conjugal, ele conta que foi agraciado novamente por Deus e, desta vez, com a mulher da sua vida. Os dois se conheceram na cidade de Campina Grande, Paraíba. Amor à primeira vista. Uma nova história de fé e amor a ser construída.
 
 “Pude perceber que ela era uma católica virtuosa e bem-aventurada pelos dons da misericórdia e do amor ao próximo.Com ela contraí o matrimônio católico, e através dela me aproximei cada dia mais da Igreja e das pessoas católicas” contou.
 
O amigo Carlos
 
Após a reaproximação com o catolicismo, Alexandre conheceu  um aplicativo de smartphone chamado “Pocket Terço”, que traz, entre outras coisas, a liturgia diária da Igreja Católica. A ferramenta, fundamental para o início dos estudos, foi apresentada pelo jornalista Carlos Magno.
 
Duas partes
 
Apologia da Fé Católica é dividido o em duas partes: a primeira trazendo passagens da Bíblia Sagrada que narram os episódios de seus principais personagens, desde o início da civilização até os tempos de Jesus e, a segunda parte, faz uma abordagem sobre a história da Igreja Católica instituída por Cristo, que elegeu Pedro como o primeiro chefe de sua Igreja, que posteriormente passou a ser conhecido como Papa..
 
“Na verdade, a Bíblia é o agrupamento de vários livros que narram passagens da história da civilização, sob a ótica daqueles que creem na existência de um Deus soberano, o qual criou o universo regido por seu cânon, baseado na paz, na harmonia e na empatia plena. Obedecendo-se este Cânone o discípulo se eleva espiritualmente, a ponto de compreender sua própria existência, aceitando-se como uma pessoa que necessita superar as dificuldades da vida terrena, para se credenciar a uma nova e eterna vida em outra dimensão: o mundo espiritual de Deus” destaca o autor.
 
O recado do padre amigo
 
Após ler o livro, o padre Arnaldo Henrique Alves, amigo de Alexandre, lembrou que a Sagrada Escritura é a leitura da história feita por homens inspirados pelo Espírito Santo, que reconhecem a intervenção divina nos fatos e os conectam por meio de palavras inspiradas.
 
Contudo, esse mesmo Espírito não agiu apenas nos hagiógrafos que compuseram os livros canônicos - aqueles que servem como norma para a retidão da fé e para o conteúdo necessário à salvação - mas também continua a atuar na história da Igreja Católica, por meio da tradição, ou seja, na sucessão apostólica que se manifesta na figura dos bispos.
 
Ao longo dessa trajetória
 
O sacerdote recorda que Deus suscitou figuras essenciais para a formação de seu povo, como José do Egito, Moisés (libertador e legislador), Josué (que liderou a entrada na Terra Prometida), Davi e Salomão (que consolidaram o povo em um reino unido). Durante toda essa história, Deus, em sua benevolência, levantou líderes carismáticos, como os juízes e profetas, que tinham a missão de zelar pela fidelidade do povo à aliança divina.
 
Promessa
 
Contudo, mesmo com essas providências, o povo de Deus enfrentou divisões internas e a queda de seu reino diante de potências estrangeiras, como os assírios, caldeus, babilônios, persas, macedônios e romanos. A história do povo hebreu, porém, sempre foi marcada por uma promessa central: a descendência de Abraão e Davi. Essa descendência, como se viu, não se cumpriu plenamente em Isaac ou Salomão, mas encontrou sua realização em Jesus Cristo.
 
Inspiradora
 
“Apologia da Fé Católica” é uma obra inspiradora, concebida com a nobre missão de levar os católicos a procurar aprofundar a sua fé, mergulhando nas páginas da Bíblia e descobrir a presença amorosa de Deus no tempo e na história.
 
Severino Lopes é editor regional de O Poder Compartilhar esta notícia Deseja receber O PODER e artigos como esse no seu zap ? CLIQUE AQUI.