Hylda Cavalcanti/ Por HJur

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reuniu nesta quinta-feira (04/08), durante a cerimônia de posse de seus dois mais recentes ministros, praticamente uma representação do que é o Brasil. Estiveram presentes representantes dos três Poderes de quase todos os estados, mais o Distrito Federal, políticos, artistas, professores e respeitadas historicamente, como o ex-presidente da República José Sarney.

Mas o que mais chamou a atenção para a solenidade não foi exatamente a posse emocionada dos ministros e sim dois pontos. Em primeiro lugar, o fato de o hino nacional ter sido cantado e executado totalmente ao som do acordeon pelo músico, cantor e compositor Chambinho do Acordeon, o que deu ao evento características tipicamente nordestinas.

Não à toa, os empossados, Maria Marluce Caldas Bezerra e Carlos Augusto Pires Brandão são, respectivamente, naturais de Alagoas e do Piauí. Em segundo lugar, chamou a atenção o número de aplausos para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quando o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, agradeceu a presença de todos e disse que, por meio de alguns nomes presentes, dos quais o incluiu, gostaria de homenagear a todos os magistrados.

Muitos riram e ampliaram o tom dos aplausos, outros ficaram mais contidos mostrando bem a divisão sobre as posições do ministro relator da ação sobre tentativa de golpe de Estado no STF.

Raízes sertanejas

Como é de praxe, no STJ, os empossados não fazem discursos, apenas o presidente da Corte. Mas o tratamento dado por Herman Benjamin a eles, por ser da mesma região, foi recheado de carinho. “Meus parabéns e boa trajetória a vocês é o que deseja este sertanejo de Catolé do Rocha, no interior da Paraíba”, frisou.

Benjamin citou características de cada um dos empossados. Sobre a agora ex-procuradora Marluce Caldas, lembrou que ela acumula muita experiência como professora universitária, foi a primeira promotora de Justiça do Tribunal do Júri da capital alagoana e, por quase quatro décadas, atuou como promotora “do litoral ao sertão”.

Do litoral ao sertão

Por sua vez, o até então desembargador federal Carlos Pires Brandão foi saudado pelo presidente do STJ como uma pessoa com trajetória memorável e ampla dedicação de Brandão à vida pública. Em especial durante sua atuação como desembargador do TRF da 1ª Região (TRF 1).

“Brandão tem uma atuação exemplar sempre voltada para a democracia e o desenvolvimento humano e social do Brasil”, acrescentou o presidente do STJ que ainda fez uma brincadeira pelo fato do novo ministro também ser engenheiro eletricista: “Agora não teremos problemas com curto-circuito no STJ”, disse Benjamin, rindo. O presidente da Corte disse que, com a posse, o STJ passava a ter representantes “do litoral ao sertão nordestino”.