O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro pediu, durante pronunciamento oficial, que os Estados Unidos desacelerem as tensões entre os dois países antes que evoluam para um “conflito militar de grande impacto”. Maduro voltou a acusar o presidente norte-americano Donald Trump de buscar uma “mudança violenta de regime” na Venezuela.

"O governo dos Estados Unidos deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e o Caribe e respeitar a soberania, o direito à paz, à independência. Eu o respeito [Trump]. Nenhuma das diferenças que tivemos e continuamos a ter poderia levar a um conflito militar de grande impacto ou à violência na América do Sul. Não há justificativa para isso", afirmou o presidente venezuelano.

A fala de Maduro ocorreu horas após o Trump ter autorizado o exército dos EUA a abater caças venezuelanos que coloquem em risco navios de guerra americanos no Caribe, o que acendeu um alerta para a possibilidade de maiores agressões entre os dois países.

Operação contra o tráfico

Os EUA mobilizaram equipamentos militares na região que, segundo a Casa Branca, compõe uma operação contra o tráfico de drogas. Também na sexta-feira, o governo Trump enviou 10 jatos F-35 para a base de Porto Rico, próximo à região onde sete embarcações e um submarino nuclear de ataque rápido americanos estão mobilizados.

Na quinta-feira, dois caças da Venezuela sobrevoaram o destroier USS Jason Dunham, que atua na região em uma operação contra o tráfico de drogas, segundo o governo dos EUA. Trump prometeu "problemas" à Venezuela caso algo semelhante ocorra novamente.

Maduro afirmou, em sua fala, que a atual investida do governo Trump contra o país "é um beco sem saída". Ele desmentiu acusações de que ele seja chefe de um cartel de drogas. "O que estão dizendo sobre a Venezuela não é verdade. A Venezuela sempre esteve disposta a dialogar, mas, assim como estamos dispostos a dialogar, exigimos respeito ao nosso país, ao nosso povo", afirmou.

Demonstração de força da Venezuela

Trump voltou a desconversar rumores de que seu governo estaria buscando uma mudança de regime na Venezuela. Apesar disso, ele descreveu a reeleição de Maduro como "estranha" e acusou o país de enviar drogas e criminosos para os EUA.

A imprensa americana informou que o Pentágono classificou a ação como uma tentativa de "demonstração de força" da Venezuela. O destróier dos EUA não reagiu ao sobrevoo, que foi feito com caças F-16.

Sem comunicado, o Pentágono disse que o sobrevoo venezuelano foi feito com a intenção de interferir nas operações dos EUA contra o narcoterrorismo.

— Com informações do G1