
7/9: Ministros do STF se ausentam de desfile e caciques bolsonaristas não confirmam ida à Paulista
07/09/2025 -
O 7 de Setembro celebra 203 anos de independência do Brasil, mas nem todos os eventos realizados ou em realização neste domingo estão programados com o foco de homenagear a pátria. E isto, tanto por parte dos representantes do Executivo Federal como também dos oposicionistas ao atual Governo.
Para começar, o desfile cívico tradicional realizado em Brasília, apesar de todos os ritos, marcha de militares, presença das principais escolas da cidade e da esquadrilha da fumaça, chamou a atenção em função de pelo menos três diferenças. Dentre elas, a ausência completa de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que, propositadamente, deram desculpas para não participar da solenidade em meio ao julgamento dos réus de tentativa de crime de Estado.
Em segundo lugar, houve distribuição ampla de boné que representa a mais recente campanha lançada pelo Executivo nacional, intitulada “Brasil Soberano”. E por último, foram observados momentos de gritos de pessoas que estavam em outros camarotes ou próximos ao desfile de “Sem Anistia”, numa forma de protesto aos presos e réus em processos pelas depredações de 8/1/2023.

Sem confrontos, mas esvaziado
Apesar disso, tudo aconteceu de forma civilizada. O desfile também não deixou de ter a presença do presidente Lula e da primeira-dama Janja da Silva sorridentes em carro público.
Do ponto de vista das autoridades, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que desde que foi afastado provisoriamente do cargo em 2023 costuma enviar a vice-governadora, Celina Leão (PL). para substituí-lo, desta vez não mandou ninguém. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) também não foi. Compareceram o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), vários ministros de Estado e parlamentares.
Para quem não observou as entrelinhas, o palanque estava prestigiado e o mesmo de sempre, inclusive com a presença de representantes do bloco político Centrão. Mas para quem está acostumado a comparecer ao evento ficou nítida a divisão que impera, desde 2019, entre o pessoal do PT e de legendas que apoiam o atual Governo e os integrantes de partidos da direita e adeptos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na Avenida Paulista, em São Paulo, onde está sendo programada a realização de um ato marcado por protestos contra o julgamento da ação penal em curso pelo STF, várias pessoas começaram a chegar desde cedo, mas também reclamando de ausências anunciadas.
A manifestação está programada para começar às 15h. Será a primeira a ser realizada pelo grupo desde a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro e o quarto ato deles este ano, em um dos maiores cartões-postais da capital paulista.
Mas programados para falar, mesmo, estão apenas: a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro (PL); o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB); o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o pastor Silas Malafaia.
Da mesa forma que as ausências observadas no desfile cívico em Brasília, na Paulista também são esperadas baixas. O governador Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, por exemplo, avisou que não comparecerá. O de Goiás, Ronaldo Caiado (União), até o meio dia ainda não tinha confirmado sua ida (o que é pouco provável que aconteça).