
Assembleia da ONU em Nova York: Lula deve focar em soberania, multilateralismo e Gaza
10/09/2025 -
O presidente Lula deve abordar as sanções impostas pelos EUA, a defesa do multilateralismo e a questão da Palestina como temas prioritários em seu discurso na 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, segundo fontes do governo. A maior parte dos temas, como a reforma da ONU e a defesa da solução de 2 Estados, são pautas tradicionais da agenda de política externa brasileira. Mas a defesa da soberania e a rejeição a medidas coercitivas unilaterais, como as tarifas e as punições impostas pelos EUA via Lei Magnitsky, serão as grandes novidades. Lula deve evitar mencionar diretamente Trump ao defender a soberania e criticar as medidas unilaterais.
Brasil deve ser o primeiro país a tomar a palavra
Seguindo a tradição, o Brasil deve ser o primeiro país a tomar a palavra durante a reunião, que será realizada no dia 23/09, na sede da ONU em Nova York. Em princípio, o presidente desembarcaria nos Estados Unidos no dia 21/09, mas a viagem pode ser adiantada para o dia 20 a depender de compromissos que podem surgir até o evento. Lula participará da reunião geral no dia 23, onde fará o discurso de abertura, e no dia 24 também comparecerá a duas cúpulas à margem da Assembleia, sobre democracia e meio ambiente.

Tópicos prioritários do discurso de abertura
A rejeição às medidas coercitivas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos e a defesa da soberania; A defesa da Carta da ONU, do multilateralismo e do direito internacional; A defesa de reformas da ONU para garantir a eficácia da organização e manter sua relevância; A implementação dos compromissos sobre reformas no "Pacto para o Futuro", documento assinado na Assembleia de 2024 para promover mudanças de governança na ONU, ampliando a representatividade dos países, e o "Chamado à Ação do G20", que reforça a defesa dos países por mudanças na organização; e Prioridade à solução pacífica da questão da Palestina e a defesa da implementação da solução de dois Estados.