A condenação do ex-presidente Bolsonaro suscita uma série de reflexões sobre o Brasil.
É inevitável pensar no contraste: o mesmo Supremo Tribunal Federal que agora condena Bolsonaro foi também o responsável por anular as condenações que mantinham Lula afastado da política.


Livre da polarização

Caso esse movimento não tivesse ocorrido, o país sem Lula e sem Bolsonaro talvez estivesse hoje livre da polarização que o divide, e envolto em um ambiente mais positivo para o futuro — menos estressante, menos limitado e mais propício à construção de consensos e à urgente necessidade de abrir espaços saudáveis para as novas gerações.

O destino

Mais uma vez, o destino mostrou-se cruel com o Brasil. Tal como em momentos decisivos do passado - a Independência que preservou estruturas coloniais, a República proclamada sem respaldo popular, o golpe de 1964 que interrompeu uma experiência democrática em gestação e a hiperinflação dos anos 80 que corroeu o tecido social - também agora o país se vê enredado em escolhas que limitam suas possibilidades.

O futuro

O futuro poderia estar marcado pela superação de velhas dicotomias, mas permanece aprisionado em disputas que desviam energias da verdadeira construção nacional.


Ângelo Castelo Branco é Jornalista e membro da Academia Pernambucana de Letras.

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