
Política e Água, Só Puras - Artigo, por Silvio Amorim*
16/09/2025 -
Confesso que me vem certa preocupação quando escuto um daqueles chavões: "tenho horror à política"; "não voto em ninguém"; "não quero saber de política". E por aí vai, frases as mais diversas, mas sempre com um profundo desprezo pela política, que nada mais é do que a administração da organização social em que vivemos, ou seja, não podemos passar sem ela. Mesmo que não queiramos, ela ainda estará presente e atuante. Os muitos
exemplos de indignidade com a coisa pública, que testemunhamos diariamente por intermédio do noticiário, não devem nos corroer de raiva (até porque a raiva embota o raciocínio). Devemos, sim, transformar nossa indignação em ações positivas, consequentes e contundentes, que começam com o nosso voto consciente, indo até - quem sabe? - uma participação como candidato, vinculado a um grupo político e partido em que acreditamos.
Transparência
A água está para o corpo humano como a política está para a organização social. Ambas são vitais para o homem. O organismo humano tem necessidade de 2,5 litros de água por dia para irrigar e oxigenar os tecidos, e, nesse ciclo e constância, manter a harmonia para a sobrevivência do nosso corpo. Na política, não é muito diferente. É indispensável uma relação transparente e saudável dos homens públicos com o povo para irrigar e oxigenar o tecido social e garantir a harmonia e o desenvolvimento para a sobrevivência, com boa qualidade de vida, do conjunto da sociedade. Tanto a água quanto a política têm seus algozes: a poluição, a corrupção e a demagogia, respectivamente.
Política ? Crime
A água só é água se for pura: senão, é lama ou outra coisa.
A política só é política se for feita com dignidade; se não, é crime ou outra coisa.
Não existe má política, porque, se ela é má, não é política. Da mesma forma que não existe político corrupto, e sim um corrupto que usa e macula a política.
Como sabemos que não podemos viver sem água nem sem política, as indicações para melhor beber e votar são as mesmas: ter calma e paciência para ver a decantação e não ir com muita sede ao pote, nem com açodamento às urnas.
*Silvio Amorim, é advogado. Foi da Casa Civil de Marco Maciel e da Educação de Roberto Magalhães. Membro do IAHGP.
NR - Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores.
