O presidente Lula desembarcou em Nova York, ontem, 21/09, onde participará da Assembleia Geral das Nações Unidas, ONU. O líder chegou acompanhado de uma comitiva reduzida composta por ministros e outras autoridades do governo, além de assessores. Esta é a primeira viagem de Lula aos EUA no auge da crise com o governo Donald Trump. As gestões vêm enfrentando divergências desde agosto, quando Trump taxou em 50% os produtos brasileiros em resposta a “injustiças comerciais” e decisões do STF. Agora, Washington promete novas punições ao Brasil pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Agenda do presidente em NY

Por enquanto, não há previsão de uma reunião entre Lula e Trump para debater a crise diplomática. Segundo o Planalto, a agenda do presidente em Nova York de hoje, 22/09, engloba apenas uma Conferência Internacional para a Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada por França e Arábia Saudita. Amanhã, terça-feira, 23/09, Lula atenderá à Assembleia Geral da ONU. Como é tradição desde 1955, o Brasil será o primeiro Estado-membro a discursar na abertura do Debate Geral, após as falas do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia Geral, Annalena Baerbock, da Alemanha. Depois, ao lado de Guterres, o líder participará de um evento sobre ação climática. Já na quarta-feira, 24/09, Lula irá presidir, ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, e do presidente da Espanha, Pedro Sánchez, a segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia”. A iniciativa, que reúne líderes de todas as regiões do mundo, visa fortalecer o multilateralismo, o Estado de Direito e a cooperação contra o extremismo, a desinformação, o discurso de ódio e o enfraquecimento das instituições democráticas.

Devido à tensão com os EUA. Participam da delegação:

Camilo Santana, ministro da Educação; Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e da Segurança Pública; Márcia Lopes, ministra das Mulheres; Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas; Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores; Elmano de Freitas, governador do Ceará; Helder Barbalho, governador do Pará; Embaixador Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República. Fernando Haddad, do Ministério da Fazenda, decidiu ficar no Brasil para tratar de projetos prioritários do governo no Congresso. É o caso da proposta que isenta o IR para brasileiros que ganham até R$ 5 mil mensais, que deve ser votado pelo plenário da Câmara ainda nesta semana. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou a ida aos EUA após receber um visto restrito, com limitações de circulação em Nova York.