
Repercussão nacional - Vice-governadora de PE movimentou 102 milhões de reais para beneficiar hospital do marido enquanto exercia o governo
22/09/2025 -
A notícia não é nova. Vários blogs respeitáveis já publicaram. Em parte. Porque a prática foi continuada, repetida, sistematizada. Quando a governadora Raquel Lyra, por alguma razão, se afasta do governo e a vice Priscila Krause assume, os repasses dos recursos da saúde, para a maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Garanhuns, PE atraves do governo do Estado, acontecem e disparam. Hoje, segunda-feira 22/09, o assunto reacendeu, com a noticia do Blog do Yanlucca, de 25 repasses ainda não divulgados até agora, em março deste ano, que somados atingem de R$ 3 milhões. No acumulado, a vice já remanejou verbas, nas diversas vezes em que ocupou o governo, até agora, no total de R$ 102 milhões, supostamente para beneficiar o hospital do marido, localizado na terra Natal do mesmo, o município de Garanhuns, PE.
Senão vejamos
Ajuda aí na soma. Segundo o Portal da Transparência do Governo de Pernambuco, além dos repasses de março, em fevereiro deste ano, no período em que também substituiu a governadora Raquel Lyra (PSD), a vice já havia autorizado o envio de R$ 7,6 milhões do Fundo Estadual de Saúde. Em abril de 2024 também foram liberados mais R$ 22,3 milhões em repasses. Em março deste ano, mês em que ocorreram justamente os 25 repasses direcionados à unidade de saúde em Garanhuns, que devolveram o assunto à pauta, os valores totais destinados à área chegaram a R$ 69,1 milhões. As movimentações aconteceram entre os dias 14 e 29 e estão registradas no Portal da Transparência.
Origem do dinheiro
Segundo reportagem divulgada, as transferências para a maternidade têm como principais fontes o Fundo Estadual de Saúde (FES) e o Sistema Único de Saúde (SUS).

O beneficiário
A Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, tem como sócio o marido da vice-governadora de Pernambuco. Como dito, recebeu 25 repasses de recursos estaduais em 15 dias. O período coincidiu com a interinidade da vice à frente do governo, em março, durante recesso da governadora Raquel Lyra (PSD).
Assunto federal
Além de estar sob os holofotes da oposição local, o caso também pode entrar na mira de órgãos de controle federais, já que envolve transferências do Sistema Único de Saúde (SUS).
Origem do caso
A polêmica tem princípio em remanejamentos orçamentários que turbinaram o Fundo Estadual de Saúde (FES), principal fonte pagadora do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, situado em Garanhuns, no Agreste do estado de Pernambuco.
Conferindo
Em fevereiro de 2023, quando a vice substituiu Raquel pela primeira vez, foram creditados R$ 7,6 milhões ao fundo. Parte desse montante é oriunda de verba federal. A prática se repetiu em outro período de interinidade da vice-governadora, em abril de 2024, com R$ 22,3 milhões, mas se intensificou em março de 2025, conforme registros do Portal da Transparência e do Diário Oficial. No dia 17 de março, foram acrescidos ao FES R$ 51,6 milhões. Mais R$ 3,9 milhões foram remanejados no dia 20, e outros R$ 13,6 milhões, no dia 21. Em datas similares localizadas entre os dias 14 e 29 daquele mês, 25 pagamentos foram feitos ao hospital a partir dessa fonte, totalizando R$ 3 milhões. Somando tudo, se a calculadora não falha, R$ 102 milhões.
Apimentando o caso
Outros atos sob suspeita têm relação com a saída de gestores das áreas de orçamento e projetos e de monitoramento jurídico de licitações da Secretaria de Saúde, entre 20 e 21 de março deste ano. Supostamente, esses servidores não estavam concordando com o processo e foram afastados. As exonerações foram assinadas pela vice-governadora em exercício, o que vem sendo interpretado como uma possível providência para dar celeridade aos pagamentos para o hospital. Em audiência pública na quarta -feira passada, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, foi confrontada sobre o assunto, mas negou que os profissionais demitidos tivessem relação com o manejo desses recursos.
O que diz a situação
Até agora, nem a governadora, nem a vice, nem a Secretaria de Saúde, nem a maternidade se manifestaram publicamente sobre o tema. O Poder dedicará todo o espaço para a manifestação dos citados, caso queiram.
O que diz a oposição
Na visão de deputados de oposição, o episódio indica uma “concentração atípica” e um possível conflito de interesses.
O que diz a IA
"Não é apropriado nem legal que um gestor público destine recursos da saúde para um hospital particular do qual o cônjuge tenha algum tipo de vínculo, pois isso configuraria improbidade administrativa e conflito de interesses. A aplicação de verbas públicas na saúde deve seguir princípios de interesse coletivo, transparência e legalidade, e qualquer ato que beneficie parentes pode ser considerado irregular, com sanções legais para o gestor."
NR - Repetindo o que diz o texto, todos os citados têm espaço imediato com destaque equivalente para manifestar os seus pontos de vista.
